sábado, 26 de março de 2011

“Não é meu...” José Pacheco

“Não é meu...”

José Pacheco


Durante a viagem, a criancinha premiu o botão de chamada, exasperando a hospedeira. Plantou os sapatos sujos em cima do assento, arrancou e destruiu tudo a que pôde deitar a mão. Impunemente, até ao fim da infernal viagem.


Primeira situação: o moço havia chegado à sua nova escola nesse dia, expulso de outra e bem recomendado: "É uma criança mimada e desobediente." Quando pendurou o seu casaco, derrubou dois e não fez menção de os apanhar. Fui ao seu encontro. Olhei para os casacos caídos. E o moço falou: "Não fui eu!"


Fitei-o, calma e insistentemente. O moço voltou à fala: "Não são meus!"


Voltei o meu olhar para os casacos. O moço voltou atrás, apanhou-os e pendurou-os nos cabides de onde os tinha arrancado.


No fim da tarde, uma senhora entrou na escola, dirigiu-se ao vestiário, pegou no casaco do moço, atirando um outro casaco ao chão. Não se baixou para o apanhar.


Segunda situação: portas fechadas, o avião acabava o abastecimento de combustível. A tripulação avisava ser proibido o uso de telemóveis. Os telemóveis tocavam. Muitos passageiros faziam ouvidos de mercador, ligando para familiares e amigos.


O avião chegou ao final da pista, preparava-se a partida - "Eu insisto, minha senhora! Faça o favor de apertar o cinto da sua filha".


"Ela não deixa colocar o cinto. Não consigo convencê-la."


Quando a mãe insiste - "Vá lá, meu anjinho, deixa a mãe pôr o cinto!" - apanha uma sonora bofetada do anjinho. A mãe encolhe-se. Sorri para a hospedeira de bordo: "Não vê que é uma criança..."


Durante a viagem, a criancinha premiu o botão de chamada, exasperando a hospedeira. Plantou os sapatos sujos em cima do assento, arrancou e destruiu tudo a que pôde deitar a mão. Impunemente, até ao fim da infernal viagem.


O avião aproximava-se do local de desembarque. Três vezes se escutou o apelo: "Por favor, permaneçam sentados até à paragem completa do avião". Repetido o apelo em língua inglesa, os passageiros levantados (mãe e filhinha incluídos) não voltaram a sentar-se. Presumo que fossem surdos, ou que não fossem ingleses...


Terceira situação: um jovenzinho de aspeto boçal descalçou-se, inundando o autocarro de um cheiro nauseabundo. Pousou um pé no espaldar do assento à sua frente. A passageira da frente sentiu o contacto do pé (e do odor), encolheu-se e voltou o rosto para a janela.


A moral da história... Provavelmente, quase todos os protagonistas destes exemplares episódios terão andado na escola. Quem os ajudou a crescer? Certamente, os jovenzinhos tiveram pais, parentes e amigos. Educação, essa não tiveram.


A Hanna Arendt dizia que as pessoas que não quisessem ter responsabilidade pelo mundo não deveriam ter filhos e que "os pais não exercem a sua autoridade e deixam os seus filhos nas mãos de chefetes que os lançam no conformismo e na delinquência".


A educação deveria começar na domus e continuar no seio da escola e da cidade, porque os filhos não nascem com manual para uso dos pais e urge assegurar o preceito de Napoleão: a educação de uma criança começa vinte anos antes de ela nascer. Porém, os infantes são "guetizados" em instituições de rituais sem sentido e entregues à TV, às consolas de jogos, à Internet... Será preciso proteger as crianças da demissão das famílias? Ter-se-á de inibir o poder paternal?


A escola talvez possa ser um dos lugares de reparação dos males da deseducação, quando instituir estruturas de convivencialidade, um permanente e equilibrado diálogo com as famílias. Quando for um lugar onde a autoestima ande a par com a heteroestima, onde cada ser seja individualmente responsável pelos atos de todos os outros. Onde autoridade rime com liberdade e a firmeza possa rimar com delicadeza.



José Pacheco é um dos fundadores da Escola da Ponte/Portugal.

"Kseniya Simonova "

Maravilhoso!!!!!!!!!






Leia antes de ver as imagens:



Kseniya Simonova foi a vencedora da edição Ucraniana do Got Talent.

Na final, ao vivo, fez uma animação da invasão da Alemanha na Ucrânia durante a Segunda Guerra Mundial, tendo usado os dedos e uma superfície com areia.

Trouxe lágrimas aos olhos de juízes e do público.

Foram minutos maravilhosos que demonstraram um talento especial e trouxeram, através da arte, a memória viva de uma guerra que marcou várias gerações.

É de arrepiar mesmo.

Artes assim deveriam circular na Web.

Clique no endereço abaixo e constate o fato em si.





http://pelapapas.com.mx/htmls/animacion-arena-2.html
 
 
Bom fim de semana!

segunda-feira, 21 de março de 2011

" A Inclusão da Pessoa com Deficiência na sociedade moderna"- Guga Dorea

Bom dia Natalícia

Hoje é o Dia Internacional da Síndrome de Down e eu estou tirando o dia para homenagear esse dia, que não deveria existir mas que, infelizmente, ainda é importante que exista. Esse é um artigo meu que foi publicado na revista Incluir e é uma homenagem não só a meu filho, mas a todas as pessoas com síndrome de Down que, como disse um outro pai, estão pedindo passagem. Pode divulgar o artigo, tornando mais visível esse importante tema. Beijos, Guga

"Colégio Estadual Erich Walter "


Localizado em Santa Cruz, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, o Colégio Estadual Erich Walter foi escolhido para ser o primeiro de outros 40 possíveis projetos de escolas verde no país. A obra é uma iniciativa do SEEDUC do Rio de Janeiro (Secretaria de Estado de Educação), em parceria com a empresa ThyssenKrup CSA.


A arquiteta responsável pela certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) da obra, Luiza Junqueira, diz que "esta não é apenas a primeira escola a buscar a certificação LEED no país (registrada oficialmente como LEED Schools), é a primeira escola pública no mundo a tomar esta iniciativa".

A escola tem como foco principal a formação técnica profissionalizante e o ensino médio. O projeto possui 3.700 m² e custou de 11 milhões de reais, financiados pela ThyssenKrup CSA. "Um projeto certificado LEED normalmente já sai mais caro em função da qualidade das instalações e outras considerações que normalmente não são considerados em um projeto comum", aponta Luiza.

Além do custo mais elevado o desafio em construir um colégio sustentável é superior a qualquer outra obra. "O LEED Schools têm pré-requisitos específicos que não são considerados em outras certificações, como a apresentação de um relatório ambiental da qualidade do solo e a especificação de forros acústicos em todas as áreas de core-learning, questões estas que normalmente não são consideradas nem em escolas particulares de alto padrão", adiciona.

A escola contará com a instalação de bicicletários, vagas especiais para veículos de baixa emissão, aumento de áreas verdes e pavimentação permeável, telhado verde (com acesso à visitação), reaproveitamento das quadras existentes (antigamente o local funcionava como uma praça pública), reaproveitamento de materiais de pavimentação, área para reciclagem, reaproveitamento de água de chuva, metais de baixo consumo de água e válvulas de duplo acionamento, revestimentos com baixos índices de compostos orgânicos voláteis, forros acústicos, toda iluminação em lâmpadas LED, equipamentos de ar condicionado eficientes e painéis solares para aquecimento de água. "Além disso, o time pedagógico já vem trabalhando fortemente para fazer da escola uma ferramenta de ensino e conscientização de práticas sustentáveis", declarou.

Inicialmente o projeto modelo estava focado apenas em formar profissionais para trabalhar na própria Thyssen. A ideia da certificação nasceu posteriormente por iniciativa dos funcionários da secretaria da escola, que apresentaram a ideia à Thyssen. As obras estão em fase de acabamento no prédio principal e as áreas externas, como as quadras e piscinas, serão entregues no próximo semestre.
 
 
Fonte: recebido por e.mail. Grata Gilda