sábado, 17 de julho de 2010

Anima Mundi




Na antiguidade o Zodíaco era chamado pelos astrólogos e filósofos a “ anima mundi”, ou seja, a alma da Natureza.Este conceito está intrinsecamente relacionado ao conceito de Inconsciente Coletivo, que abarca a memória ancestral da humanidade, onde encontramos os arquétipos, princípios universais, idéias estruturantes comuns a todos os homens. Este conceito foi criado pelo médico e psiquiatra Carl Gustav Jung, o fundador da Psicologia Analítica, que entre outras coisas, estudou mitologia comparada, religiões, alquimia, Tarot, IChing e a Astrologia.

Diz ele :

“ O homem possui muitas coisas que ele nunca adquiriu, mas herdou dos antepassados. Não nasceu “ tabula rasa”, apenas nasceu inconsciente. Traz consigo sistemas organizados e que estão prontos a funcionar numa forma especificamente humana; e isto ele deve a milhões de anos de desenvolvimento humano.

Da mesma forma como os instintos dos pássaros de migração e a construção dos ninhos nunca foram aprendidos ou adquiridos individualmente, também o homem traz do berço o plano básico de sua natureza, não apenas de sua natureza individual, mas de sua natureza coletiva.

Esses sistemas herdados correspondem às situações humanas que existiram desde os primórdios: juventude e velhice, nascimento e morte, filhos e filhas, pais e mães, acasalamento, etc, apenas a consciência individual experimenta estas coisas pela primeira vez, mas não o sistema corporal e o inconsciente”.(*)

O inconsciente coletivo é um dado “a priori” de toda experiência da humanidade, mas é também vibrante, dinâmico e atual.

Ele não é só um legado histórico, como também é a alma de tudo o que é vivo. É o fundamento da natureza como um todo, nos traz a idéia de um todo orgânico, onde todos estamos e vivemos; mundo e indivíduo, macro e microcosmos são partes de um só e mesmo todo.

Outro trecho em que Jung (ao falar do Inconsciente Coletivo), faz uso da metáfora dos peixes e do oceano:

“ Enquanto o não-ego( inconsciente) parece ser oposto a nós, naturalmente o sentimos como um oposto, mas depois entenderemos que o inconsciente coletivo é como um vasto oceano, com o ego flutuando sobre ele como um pequeno barco.

Então, quando vemos isto, surge a questão se estamos contidos no oceano(...) .. os peixes são unidades vivas no oceano; eles não são absolutamente como ele, mas estão contidos nele; seus corpos, suas funções, estão maravilhosamente adaptados à natureza da água; a água e o peixe formam um “ continuum” vivente(...)

Quando aceitamos este ponto de vista temos que supor que a vida é realmente um

“ continuum” destinado a ser como é, isto é, toda uma tessitura na qual as coisas vivem com ou por meio uma da outra.

Assim, as árvores não podem existir sem animais, ou animais sem plantas e talvez os animais não possam ser sem o homem, ou o homem sem animais e plantas, e assim por diante. E sendo a coisa inteira, uma tessitura, não é de se admirar que todas suas partes funcionem juntas (...) porque são parte de um “ continuum” vivo...

... é quase uma conexão; ele é um meio que, num modo peculiar, é também ele mesmo. Porque como o peixe pode dizer” eu sou o mar”, assim o mar pode também dizer “ eu sou o peixe”.(**)



(*) CW IV, Carl G Jung


(**) The visions Seminars, Spring Publications, 1976, Carl G Jung.


Fonte: blogbliss1000

" Projeto de Lei que estabelece o direito da criança e do adolescente de ser educado e cuidado "






Presidente Lula assina amanhã (14/07) proposta de Projeto de Lei que estabelece o direito da criança e do adolescente de ser educado e cuidado sem o uso de castigos corporais e tratamento cruel ou degradante.



Luta pelos direitos de crianças e adolescentes brasileiros consegue apoio presidencial e tem o objetivo de acabar com a cultura da violência no País

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinará nessa quarta-feira (14), às 9h, no Centro Cultural Banco do Brasil, uma mensagem apresentando ao Congresso um Projeto de Lei (PL) que visa abolir a prática de castigos corporais contra meninos e meninas. O ato marcará os 20 anos de vigência da lei 8.069, que instituiu o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A proposta foi encaminhada ao governo federal por organizações e pessoas físicas representadas pela Rede Não Bata, Eduque, com o objetivo de suprir lacunas existentes no ECA e criar mecanismos que garantam a integridade física e psicológica das crianças e dos adolescentes.

De acordo com a proposta, a definição de “castigo” passa a ser incluída no artigo 18 do Estatuto como “ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente”. Aqueles que infringirem a lei podem receber penalidades como advertência, encaminhamento a programas de proteção à família e orientação psicológica. O documento foi analisado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), junto com o Ministério da Justiça (MJ) e o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), e agora está pronto para ser encaminhado ao Congresso Nacional.

Bater para educar?

Os castigos físicos e humilhantes contra crianças e adolescentes são uma prática ainda presente na cultura da maioria dos países do mundo, sendo plenamente aceitos como recurso pedagógico. Em 2006, um estudo realizado pelo especialista Paulo Sérgio Pinheiro, por solicitação do ex-Secretário-Geral da ONU Koffi Anam, mostrou que as próprias crianças consideram a violência uma questão crucial em suas vidas. O trabalho do pesquisador brasileiro, que gerou um relatório com recomendações a todos os países signatários da Convenção sobre os Direitos da Criança e do Adolescente, ouviu os depoimentos de crianças em todos os continentes. Entre as recomendações está a orientação para que todos os países incorporem em suas legislações nacionais leis que assegurem a proteção de meninos e meninas contra todo e qualquer tipo de violência, mesmo a conhecida como “moderada” e com propósito “educativo”.

Mais recentemente, em abril de 2009, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, órgão da OEA (Organização dos Estados Americanos) confirmou a obrigação de que todos os estados membros proíbam os castigos físicos e humilhantes contra crianças, considerando-os incompatíveis com a Convenção Americana sobre Direitos Humanos e a Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem. Na prática, entretanto, a violência continua presente no cotidiano de crianças e adolescentes de todo o mundo. Apenas 25 países aprovaram leis sobre castigos físicos. Entre eles: Venezuela, Uruguai, Costa Rica, Espanha, Portugal e a pioneira Suécia, onde os castigos corporais e humilhantes contra crianças são proibidos desde 1979.

Rede Não Bata, Eduque

No Brasil, em 2005, foi criada a Rede Não Bata, Eduque, um movimento social formado por instituições e pessoas físicas para mobilizar a sociedade pela erradicação dos castigos físicos e humilhantes no país. Hoje com 300 membros, a Rede trabalha para o fim da prática da violência contra crianças adolescentes seja no meio familiar, escolar ou comunitário, a partir da construção de um plano nacional de enfrentamento ao problema que dissemine um modelo de educação sem uso de violência.

“A apresentação desse projeto nessa data tão emblemática para todos os brasileiros é um marco do avanço nos direitos humanos de crianças e adolescentes que passam a ser vistos como sujeitos plenos de igual direito a todos os demais integrantes da sociedade. Vai fazer uma interrupção no aprendizado precoce das crianças de que a violência é uma forma legitima de resolver conflitos. A lei está também a serviço da convivência familiar e comunitária mais harmônica. Quanto à preocupação de que aconteça uma normatização nas relações familiares-que são relações privadas- não procede, pois a crianças e o adolescente têm o direito a mesma proteção que os adultos a sua integridade física e psicológica, e esse direito não pode cessar quando se fecha aporta de casa. Vamos entender esse momento como uma grande oportunidade de transformação de práticas naturalizadas e automatizadas de educar. Trata-se de um grande desafio para todos nós a de buscar formas alternativas para educar- de colocar limites- em nossos meninos e meninas sem o uso de violência”.


(Angelica Goulart, Carlos Zuma e Márcia Oliveira, coordenadores do movimento)


Sugestões de Fontes:

Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente na Câmara dos Deputados

Deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB–CE) – coordenador

(61) 3215-5945 begin_of_the_skype_highlighting (61) 3215-5945 end_of_the_skype_highlighting / Aline Xavier – chefe de gabinete

Rede Não Bata, Eduque

redenaobataeduque@hotmail.com

Márcia Oliveira – coordenadora da campanha permanente

(21) 9711-4702 begin_of_the_skype_highlighting (21) 9711-4702 end_of_the_skype_highlighting

Secretaria Executiva

Angelica Moura Goulart (Fundação Xuxa Meneghel)

(21) 7839-8383 begin_of_the_skype_highlighting (21) 7839-8383 end_of_the_skype_highlighting

Carlos Zuma (Instituto Noos)

(21) 9945-5491 begin_of_the_skype_highlighting (21) 9945-5491 end_of_the_skype_highlighting


Fonte: www.genteemflor.org.com/
 Sandra Celano

Quando o próprio amor vacila



Eu sei que atrás deste universo de aparências,


das diferenças todas,

a esperança é preservada.


Nas xícaras sujas de ontem

o café de cada manhã é servido.

Mas existe uma palavra que não suporto ouvir,

e dela não me conformo.


Eu acredito em tudo,

mas eu quero você agora.


Eu te amo pelas tuas faltas,

pelo teu corpo marcado,

pelas tuas cicatrizes,

pelas tuas loucuras todas, minha vida.


Eu amo as tuas mãos,

mesmo que por causa delas

eu não saiba o que fazer das minhas.

Amo teu jogo triste.

(...) Eu amo a tua alegria.

Mesmo fora de si,

eu te amo pela tua essência.

Até pelo que você poderia ter sido,

se a maré das circunstâncias

não tivesse te banhado

nas águas do equívoco.


Eu te amo nas horas infernais

e na vida sem tempo (...).


Eu te amo pelas (...) futuras rugas.


Eu te amo pelas tuas ilusões perdidas

e pelos teus sonhos inúteis.


Amo teu sistema de vida e morte.

Eu te amo pelo que se repete

e que nunca é igual.


Eu te amo pelas tuas entradas,

saídas e bandeiras.


Eu te amo desde os teus pés

até o que te escapa.


Eu te amo de alma para alma.

E mais que as palavras,

ainda que seja através delas

que eu me defenda,

quando digo que te amo

mais que o silêncio dos momentos difíceis,

quando o próprio amor

vacila.


("Quando o Amor Vacila". Fonte: Maricotinha ao Vivo, de Maria Bethânia)

“The Hundredth Monkey”- Ken Keyes, Jr.

O macaco japonês Macaca Fuscata vinha sendo observado há mais de
trinta anos em estado natural. Em 1952, os cientistas jogaram
batatas-doces cruas nas praias da ilha de Kochima para os macacos. Eles
apreciaram o sabor das batatas-doces, mas acharam desagradável o da
areia. Uma fêmea de um ano e meio, chamada Imo, descobriu que lavar as
batatas num rio próximo resolvia o problema. E ensinou o truque à sua
mãe. Seus companheiros também aprenderam a novidade e a ensinaram às
respectivas mães.

Aos olhos dos cientistas, essa inovação cultural foi gradualmente assimilada por vários macacos.

Entre 1952 e 1958 todos os macacos jovens
aprenderam a lavar a areia das batatas-doces para torná-las mais
gostosas. Só os adultos que imitaram os filhos aprenderam este avanço
social. Outros adultos continuaram comendo batata-doce com areia. Foi
então que aconteceu uma coisa surpreendente. No outono de 1958, na ilha
de Kochima, alguns macacos – não se sabe ao certo quantos – lavavam suas
batatas-doces.
Vamos supor que, um dia, ao nascer do sol, noventa e nove macacos da
ilha de Kochima já tivessem aprendido a lavar as batatas-doces. Vamos
continuar supondo que, ainda nessa manhã, um centésimo macaco tivesse
feito uso dessa prática.
Então aconteceu!
Nessa tarde, quase todo o bando já lavava as batatas-doces antes de
comer. O acréscimo de energia desse centésimo macaco rompeu, de alguma
forma, uma barreira ideológica!
Mas veja só: Os cientistas observaram uma coisa deveras surpreendente: o
hábito de lavar as batatas-doces havia atravessado o mar. Bandos de
macacos de outras ilhas, além dos grupos do continente, em Takasakiyama,
também começaram a lavar suas batatas-doces. Assim, quando um certo
número crítico atinge a consciência, essa nova consciência pode ser
comunicada de uma mente a outra.
O número exato pode variar, mas o Fenômeno do Centésimo Macaco significa
que, quando só um número limitado de pessoas conhece um caminho novo,
ele permanece como patrimônio da consciência dessas pessoas. Mas há um
ponto em que, se mais uma pessoa se sintoniza com a nova percepção, o
campo se alarga de modo que essa percepção é captada por quase todos!
Você pode ser o centésimo macaco!
Essa experiência nos proporciona uma reflexão sobre a direção de nossos
pensamentos. De certo modo, já sabemos que para onde vai o nosso
pensamento segue a nossa energia. Grupos pensando e agindo numa mesma
freqüência em várias partes do Planeta têm as mesmas sensações e acabam
fazendo as mesmas coisas sem nunca terem se comunicado. Isso vale tanto
para aqueles que praticam o bem como para aqueles que usam de suas
faculdades para o mal. O acréscimo de energia, neste caso, pode ser
aquela que você está enviando com o seu pensamento sintonizado na
freqüência do crime noticiado que gera comoção geral. Parece
coincidência, mas sempre que um crime choca e comove multidões, de
imediato outros fatos semelhantes pipocam em diversos lugares. Será isso
o efeito do centésimo macaco às avessas?
Ao invés de indignar-se diante do crime noticiado, direcionando
inconscientemente seu pensamento e sua energia para essas pessoas ou
grupos que se aproveitam dessa energia toda para materializar mais
crimes, neutralize com pensamentos conscientes de amor e perdão. Mude de
canal na TV, vire a página do jornal, saia da freqüência e não alimente
ainda mais a insanidade daqueles que tendem para o crime, e, também,
daqueles que lucram com as desgraças alheias. São todos igualmente
insanos, tanto aquele que pratica o crime quanto aquele que esbraveja
palavrões de indignação por horas diante das câmeras, criando comoção e
levantando a energia que se materializará nas mãos daquele que está com a
arma já engatilhada.
Gerar material para construir um mundo melhor não requer tanto de
grandes ações, quanto essencialmente grandes blocos de consciência. É
preciso que mais gente se sintonize na freqüência e coloque aquele
acréscimo de energia que pode gerar uma nova consciência em outros
grupos em outras partes do Planeta. Se cada um de nós dedicar alguns
minutos todos os dias para meditar, entrando em sintonia com a
freqüência do amor, basta para mudar muitas coisas desagradáveis
acontecendo em nosso Planeta e criar uma nova consciência.
Seja você também um "centésimo macaco" – para o bem!


 

Livro: The Hundredth Monkey,
Ken Keyes, Jr.

Fonte: http://rede.empresas.globo.com/profiles/blogs/httpwwwsommaonlinecombrblogoce-1

Postado por Adriana Ferri- Somma/ 14/07/10

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Jornal Alecrim

Amigos e Amigas:



Quero recomendar a vocês a leitura de um jornal diferente. Nele vocês não vão encontrar notícias de assassinatos violentos, de corrupção, de escândalos; mas vão achar textos que revelam preocupação com a sua saúde e com a qualidade de vida em nossa sociedade, escritos por gente que acredita que os seres humanos podem evoluir e se tornarem artífices de uma sociedade melhor.
Para que você tenha idéia do valor da publicação de que falo, o ALECRIM, transcrevo abaixo o link para vocês visitarem.


Entre também no site (www.jornalalecrim.objetodearte.com ) e acesse os números antigos. Tenho certeza de que você encontrará muita coisa boa.
E se gostou, ajude a divulgá-lo!



Jornal Alecrim

Bom fim de semana!

Natalícia

Carlos Drummond de Andrade





“Futebol se joga no estádio?

Futebol se joga na praia,

futebol se joga na rua,

futebol se joga na alma.

A bola é a mesma: forma sacra

para craques e pernas-de-pau.

Mesma a volúpia de chutar

na delirante copa-mundo

ou no árido espaço do morro.

São vôos de estátuas súbitas,

desenhos feéricos, bailados

de pés e troncos entrançados.

Instantes lúdicos: flutua

o jogador, gravado no ar

- afinal, o corpo triunfante

da triste lei da gravidade.”




Carlos Drummond de Andrade

Ministério da Cultura - MinC » Edital de Fomento à Produção, Difusão e Distribuição de Livros em Formato Acessível

Inscrições para projetos de produção, difusão e distribuição de livro em formatos acessíveis vão até o dia 9 de agosto.


O Ministério da Cultura publicou ontem (14), no Diário Oficial da União (Seção 3, página 19), portaria de prorrogação Edital de Fomento à Produção, Difusão e Distribuição de Livros em Formato Acessível. O período de inscrições foi ampliado de 22 de julho para 9 de agosto.


Serão investidos R$ 1 milhão em projetos que fomentem a produção, difusão e distribuição de livros para pessoas com deficiência visual, ou seja, livros convertidos por meio de técnicas especializadas de adaptação com descrição ou narração das possíveis representações gráficas nos formato Daisy, Braille, livro falado (voz humana ou sintetizada) ou outro formato que permita o acesso de todas as pessoas, prioritariamente aquelas com deficiência visual, ao seu conteúdo, excetuados os livros didáticos.


São três as categorias de inscrição: infraestrutura de produção, produção e distribuição e capacitação e difusão em livros em formato acessível.


Na categoria voltada à infraestrutura de produção de livros em formato acessível serão selecionadas, no mínimo, três propostas de até R$ 160 mil cada uma. Os recursos poderão ser usados para a criação de um centro de produção de livros em formato acessível ou sua ampliação.


Na categoria de produção e distribuição de livros acessíveis serão selecionadas, no mínimo, duas propostas no valor máximo de R$ 200 mil cada uma. As obras poderão ser adaptadas ou reproduzidas e distribuídas gratuitamente para o público atendido pela instituição proponente.


A terceira categoria do edital é destinada à capacitação e difusão, sendo selecionadas, no mínimo, duas iniciativas no valor máximo de R$ 60 mil cada uma. Os projetos poderão ser de capacitação (por meio de cursos, treinamentos e outras atividades visando à transcrição, adaptação operação de programas e equipamentos que envolvam a produção e reprodução de livros em formato acessível) e difusão (de informações sobre livros acessíveis, entidades produtoras, acervos existentes ou práticas bem sucedidas nessa esfera).

Saiba mais sobre as inscrições no site abaixo.


PublishNews - 15/07/2010 - Redação






Ministério da Cultura - MinC » Edital de Fomento à Produção, Difusão e Distribuição de Livros em Formato Acessível

terça-feira, 13 de julho de 2010

“Saúde Mental”- Rubem Alves

Fui convidado a fazer uma preleção sobre saúde mental. Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveria ser um especialista no assunto. E eu também pensei. Tanto que aceitei. Mas foi só parar para pensar para me arrepender. Percebi que nada sabia. Eu me explico.

Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, do meu ponto de vista, tiveram uma vida mental rica e excitante, pessoas cujos livros e obras são alimento para a minha alma. Nietzsche, Fernando Pessoa, Van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles, Maiakovski. E logo me assustei. Nietzsche ficou louco. Fernando Pessoa era dado à bebida. Van Gogh matou-se. Wittgenstein alegrou-se ao saber que iria morrer em breve: não suportava mais viver com tanta angústia. Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica. Maiakoviski suicidou-se.

Essas eram pessoas lúcidas e profundas que continuarão a ser pão para os vivos muito depois de nós termos sido completamente esquecidos. Mas será que tinham saúde mental? Saúde mental, essa condição em que as idéias comportam-se bem, sempre iguais, previsíveis, sem surpresas, obedientes ao comando do dever, todas as coisas nos seus lugares, como soldados em ordem unida, jamais permitindo que o corpo falte ao trabalho, ou que faça algo inesperado; nem é preciso dar uma volta ao mundo num barco a vela, bastar fazer o que fez a Shirley Valentine (se ainda não viu, veja o filme) ou ter um amor proibido ou, mais perigoso que tudo isso, a coragem de pensar o que nunca pensou.


Pensar é uma coisa muito perigosa... Não, saúde mental elas não tinham. Eram lúcidas demais para isso. Elas sabiam que o mundo é controlado pelos loucos e idosos de gravata. Sendo donos do poder, os loucos passam a ser os protótipos da saúde mental. Claro que nenhum dos nomes que citei sobreviveria aos testes psicológicos a que teria de se submeter se fosse pedir emprego numa empresa. Por outro lado, nunca ouvi falar de político que tivesse estresse ou depressão. Andam sempre fortes em passarelas pelas ruas da cidade, distribuindo sorrisos e certezas.

Sinto que meus pensamentos podem parecer pensamentos de louco e por isso apresso-me aos devidos esclarecimentos. Nós somos muito parecidos com computadores. O funcionamento dos computadores, como todo mundo sabe, requer a interação de duas partes. Uma delas chama-se hardware, literalmente "equipamento duro", e a outra denomina-se software, "equipamento macio". O hardware é constituído por todas as coisas sólidas com que o aparelho é feito.


O software é constituído por entidades "espirituais" - símbolos que formam os programas e são gravados nos disquetes.

Nós também temos um hardware e um software. O hardware são os nervos do cérebro, os neurônios, tudo aquilo que compõe o sistema nervoso. O software é constituído por uma série de programas que ficam gravados na memória. Do mesmo jeito como nos computadores, o que fica na memória são símbolos, entidades levíssimas, dir-se-ia mesmo "espirituais", sendo que o programa mais importante é a linguagem.

Um computador pode enlouquecer por defeitos no hardware ou por defeitos no software. Nós também. Quando o nosso hardware fica louco há que se chamar psiquiatras e neurologistas, que virão com suas poções químicas e bisturis consertar o que se estragou. Quando o problema está no software, entretanto, poções e bisturis não funcionam. Não se conserta um programa com chave de fenda. Porque o software é feito de símbolos, somente símbolos podem entrar dentro dele.

Assim, para se lidar com o software há que se fazer uso dos símbolos. Por isso, quem trata das perturbações do software humano nunca se vale de recursos físicos para tal. Suas ferramentas são palavras, e eles podem ser poetas, humoristas, palhaços, escritores, gurus, amigos e até mesmo psicanalistas.


Acontece, entretanto, que esse computador que é o corpo humano tem uma peculiaridade que o diferencia dos outros: o seu hardware, o corpo, é sensível às coisas que o seu software produz.

Pois não é isso que acontece conosco? Ouvimos uma música e choramos. Lemos os poemas eróticos de Drummond e o corpo fica excitado. Imagine um aparelho de som. Imagine que o toca-discos e os acessórios, o hardware, tenham a capacidade de ouvir a música que ele toca e se comover. Imagine mais, que a beleza é tão grande que o hardware não a comporta e se arrebenta de emoção! Pois foi isso que aconteceu com aquelas pessoas que citei no princípio: a música que saía de seu software era tão bonita que seu hardware não suportou.

Dados esses pressupostos teóricos, estamos agora em condições de oferecer uma receita que garantirá, àqueles que a seguirem à risca, saúde mental até o fim dos seus dias. Opte por um software modesto. Evite as coisas belas e comoventes. A beleza é perigosa para o hardware. Cuidado com a música. Brahms e Mahler são especialmente contra-indicados. Já o rock pode ser tomado à vontade.

Quanto às leituras, evite aquelas que fazem pensar. Há uma vasta literatura especializada em impedir o pensamento. Se há livros do doutor Lair Ribeiro, por que se arriscar a ler Saramago? Os jornais têm o mesmo efeito. Devem ser lidos diariamente. Como eles publicam diariamente sempre a mesma coisa com nomes e caras diferentes, fica garantido que o nosso software pensará sempre coisas iguais. E, aos domingos, não se esqueça do Silvio Santos e do Gugu Liberato.

Seguindo essa receita você terá uma vida tranqüila, embora banal. Mas como você cultivou a insensibilidade, você não perceberá o quão banal ela é. E, em vez de ter o fim que tiveram as pessoas que mencionei, você se aposentará para, então, realizar os seus sonhos. Infelizmente, entretanto, quando chegar tal momento, você já terá se esquecido de como eles eram.


Rubem Alves

Fonte. Blog Hora do Recreio

segunda-feira, 12 de julho de 2010

L.I.V.R.O Vivo !


"Na deixa da virada do milênio, anuncia-se um revolucionário conceito de tecnologia de informação, chamado de Local de Informações Variadas, Reutilizáveis e Ordenadas – L.I.V.R.O.



L.I.V.R.O. representa um avanço fantástico na tecnologia. Não tem fios, circuitos elétricos, pilhas. Não necessita ser conectado a nada nem ligado. E tão fácil de usar que ate uma criança pode operá-lo. Basta abri-lo!


Cada L.I.V.R.O. é formado por uma seqüência de páginas numeradas, feitas de papel reciclável e são capazes de conter milhares de informações. As páginas são unidas por um sistema chamado lombada, que as mantém automaticamente em sua seqüência correta.


Através do uso intensivo do recurso TPA – Tecnologia do Papel Opaco permite que os fabricantes usem as duas faces da folha de papel. Isso possibilita duplicar a quantidade de dados inseridos e reduzir os seus custos pela metade! Especialistas dividem-se quanto aos projetos de expansão da inserção de dados em cada unidade. E que, para se fazer L.I.V.R.O.s com mais informações, basta se usar mais páginas. Isso porem os torna mais grossos e mais difíceis de serem transportados, atraindo críticas dos adeptos da portabilidade do sistema.


Cada página do L.I.V.R.O. deve ser escaneada opticamente, e as informações transferidas diretamente para a CPU do usuário, em seu cérebro. Lembramos que quanto maior e mais complexa a informação a ser transmitida, maior deverá ser a capacidade de processamento do usuário.


Outra vantagem do sistema é que, quando em uso, um simples movimento de dedo permite o acesso instantâneo à próxima pagina. O L.I.V.R.O. pode ser rapidamente retomado a qualquer momento, bastando abri-lo. Ele nunca apresenta “ERRO GERAL DE PROTEÇÃO”, nem precisa ser reinicializado, embora se torne inutilizável caso caia no mar, por exemplo.

O comando “browse” permite acessar qualquer página instantaneamente e avançar ou retroceder com muita facilidade. A maioria dos modelos à venda já vem com o equipamento “índice” instalado, o qual indica a localização exata de grupos de dados selecionados.


Um acessório opcional, o marca-páginas, permite que você acesse o L.I.V.R.O. exatamente no local em que o deixou na ultima utilização mesmo que ele esteja fechado.

A compatibilidade dos marcadores de página é total, permitindo que funcionem em qualquer modelo ou marca de L.I.V.R.O. sem necessidade de configuração. Além disso, qualquer L.I.V.R.O. suporta o uso simultâneo de vários marcadores de pagina, caso seu usuário deseje manter selecionados vários trechos ao mesmo tempo. A capacidade máxima para uso de marcadores coincide com o número de páginas.


Pode-se ainda personalizar o conteúdo do L.I.V.R.O., através de anotações em suas margens.

Para isso, deve-se utilizar de um periférico de Linguagem Apagável Portátil de Intercomunicação Simplificada – L.A.P.I.S. Portátil, durável e barato, o L.I.V.R.O. vem sendo apontado como o instrumento de entretenimento e cultura do futuro. Milhares de programadores desse sistema já disponibilizaram vários títulos e upgrades utilizando a plataforma L.I.V.R.O".



Millor Fernandes