sábado, 11 de setembro de 2010

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O Cuidado é feminino?
Mary Del Priore


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" Meditação" - Rudolf Steiner





Meditação

 
Nego-me a me submeter ao medo

Que me tira a alegria da minha liberdade

Que não me deixa arriscar nada

Que me torna pequeno e mesquinho

Que me amarra

Que não me deixa ser direto e franco

Que me persegue

Que ocupa negativamente a minha imaginação

Que sempre pinta visões sombrias


No entanto

Não quero levantar barricadas por medo do medo

Eu quero viver e não quero encerrar-me

Não quero ser amigável por medo de ser sincero

Quero pisar firme porque estou seguro

E não para encobrir o meu medo

E quando me calo

Quero fazê-lo porque amo

E não por temer as conseqüências de minhas palavras


Não quero acreditar em algo

Só pelo medo de não acreditá-lo

Não quero filosofar

Por medo de que algo possa atingir-me de perto


Não quero dobrar-me

Só porque tenho medo de não ser amável

Não quero impor algo aos outros

Pelo medo de que possam impor algo a mim

Por medo de errar

Não quero me tornar inativo

Não quero fugir de volta para o velho, o inaceitável

Por medo de não me sentir seguro de novo


Não quero fazer-me importante

Porque tenho medo de que se não, poderia ser ignorado.


Por convicção e amor

Quero fazer o que eu faço

E deixar de fazer o que deixo de fazer


Ao medo quero arrancar o domínio

E dá-lo ao amor

E quero crer no reino que existe em mim.


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Projeto vê Lei do Bullying em escolas infantis

Projeto prevê política contra bullying em escolas infantisdo Blog do Scheinman de MauricioTramita na Câmara o Projeto de Lei 7457/10, da deputada Sueli Vidigal (PDT-ES), que prevê a adoção de política antibullying por escolas de educação infantil, públicas ou privadas. O bullying é o ato de violência praticado com o objetivo de constranger ou humilhar a vítima.


A política antibullying terá, de acordo com a proposta, objetivos como disseminar conhecimento sobre essa prática nos meios de comunicação e nas instituições de ensino e capacitar professores e equipes pedagógicas para o diagnóstico do problema.

O texto prevê também a orientação de vítimas e familiares com apoio técnico e psicológico para garantir a recuperação da autoestima de quem sofreu a violência.

Pela política traçada no projeto, deve-se evitar a punição dos agressores, em favor de mecanismos alternativos que permitam a eles aprender a ter um convívio respeitoso com outros estudantes.

De acordo com a deputada, a proposta quer atuar no "combate e erradicação desse mal, que aflige epidemicamente as comunidades e conscientizar a sociedade desse grave e atual problema".

Sueli Vidigal destaca que muitas crianças, vítimas desse mal, desenvolvem medo, pânico, depressão, distúrbios psicossomáticos e geralmente evitam retornar à escola.

O texto obriga as instituições de ensino infantil a manter histórico das ocorrências de bullying em suas dependências. Todos os casos e as medidas tomadas deverão ser enviados periodicamente à respectiva secretaria estadual de Educação.

O projeto terá análise conclusiva das comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; Educação e Cultura; Finanças e Tributação; e Constituição e Justiça e de Cidadania. (Fonte: Agência Câmara)


Fonte: Blog do Scheinman

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A natureza de Guido Sterkendries



"Hoje mais do que nunca se faz necessária uma ética do cuidado, porque tudo está descuidado. A cada dia cerca de 20 espécies de seres vivos desaparecem de forma definitiva dada a presença agressiva do ser humano. Ele se fez um homicida das grandes expressões da biodiversidade da vida".


As palavras são do teólogo e escritor Leonardo Boff, em suas reflexões no Espaço Cultural CPFL. Ao participar das discussões sobre a vertigem do mundo contemporâneo, que produz desencontros e provoca dúvidas quanto ao próprio futuro da vida na Terra, Boff propôs o resgate da ética e do sentido da responsabilidade humana com relação ao equilíbrio perdido da natureza.

"Não existe meio ambiente. Existe ambiente inteiro", alertou, para definir:

"Esse ambiente inteiro é a comunidade de vida da qual somos parte e parcela, com a responsabilidade e missão de cuidar disso".

Para Boff, é urgente a correção de rumos, uma revisão de postura das ações humanas em relação à biodiversidade, à atmosfera, para que seja garantida a continuidade da vida. Ele lamentou:

"O ser humano veio sistematicamente agredindo e pilhando os recursos da natureza. Só que hoje ele chegou a um limite. A continuar essa lógica, ele pode ir ao encontro do pior. Pode ir ao encontro do destino dos dinossauros."

Em suas ponderações, ele manifestou esperança em que o ser humano assuma nova postura em relação à natureza, à vida toda, retomando o sentido da transcendência inerente a sua condição. Disse o teólogo:

"É essa dimensão do ser humano que transcende o princípio da pura necessidade, do puro desejo de postos de dominação, para dimensões de amorosidade, de cuidado, de generosidade.

E de solidariedade."
 
Leonardo Boff

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

" Letramento digital na sociedade do conhecimento"



Em 1958, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura - UNESCO definia como alfabetizada uma pessoa capaz de ler ou escrever um enunciado simples relacionado à sua vida diária. Entende-se, porém, que hoje em dia, muitas outras habilidades de leitura e escrita são mobilizadas pelo cidadão, e exigidas dele, no desempenho das mais diversas atividades de sua vida pessoal, profissional, esportiva, artística ou religiosa.


A própria UNESCO introduz o conceito de alfabetismo e analfabetismo funcional. É considerada alfabetizada funcional uma pessoa que é capaz de utilizar a leitura e a escrita para fazer frente às demandas de seu contexto social e usar essas habilidades para continuar aprendendo e se desenvolvendo ao longo da vida.

A partir de 1990, o IBGE passou a utilizar o conceito de analfabeto funcional e, a partir daí, considerou como tal, as pessoas com menos de quatro anos de escolaridade. Não se leva em consideração no contexto atual o analfabeto de leitura, de escrita, mas sim, têm-se como analfabetos aqueles que não conseguem e não estão capacitados a solucionar os problemas do cotidiano e não se adaptam aos novos paradigmas.

Quanto ao letramento digital esta leitura articula-se com a leitura “digital” de nossa sociedade possibilitando a estes cidadãos, tanto o uso de informações para apropriação de saberes, quanto para o convívio social de forma crítica e autônoma.

Dessa forma, levando-se em consideração a leitura do mundo atual, as tecnologias recentes provocaram uma ruptura com as duas modalidades de leitura anteriores – a escrita e a audiovisual.

As novas tecnologias digitais da informação e da comunicação, de leitura e escrita, estão levando a mudanças na natureza do letramento e de forma fundamental no caráter da comunicação contemporânea, contribuindo assim, para uma alteração radical da cultura. Portanto, as novas práticas sociais de leitura e escrita se constituem no que é denominado hoje de letramento digital.

Autores como Buzato (2003) utiliza o termo letramento eletrônico, definindo-o como “o conjunto de conhecimentos que permite às pessoas participarem nas práticas letradas mediadas por computadores e outros dispositivos eletrônicos no mundo contemporâneo”, enquanto a alfabetização eletrônica estaria relacionada apenas à codificação e decodificação da mensagem digital. Já Silva (2002) relaciona alfabetização com construção social e, nesta abordagem utiliza o termo alfabetização tecnológica, ou seja, a capacitação para utilização inteligente e crítica da tecnologia, sabendo quando e por que utilizá-la, exercendo assim, a cidadania. Esta concepção coincide com o que outros autores chamam de letramento digital.

Pode-se afirmar que um indivíduo possuidor de letramento digital necessita de habilidade para construir sentidos a partir de textos que mesclam palavras que se conectam a outros textos, por meio de hipertextos, links e hiperlinks; elementos pictóricos e sonoros numa mesma superfície - textos multimodais. Ele precisa também ter capacidade para localizar, filtrar e avaliar criticamente a informação disponibilizada eletronicamente, e ter familiaridade com as normas que regem a comunicação com outras pessoas através dos sistemas computacionais.

Tomando-se por base essa concepção, chega-se à conclusão de que o direito de acesso à rede de informações se constitui como a nova face da liberdade de expressão e a condição básica para o letramento digital. Como afirma Silveira (2001) comunicar na sociedade pós-moderna significa interagir nas redes de informação e “a maioria da população, ao ser privada do acesso à comunicação mediada por computador, está sendo simplesmente impedida de se comunicar pelo meio mais ágil, completo e abrangente”. Para o autor o direito de acessar e compartilhar as redes de comunicação e informação, como condição básica do letramento digital, é essencial para assegurar o uso cultural, social e cidadão, possibilitando assim o que chama de a “cidadania eletrônica”.

Em síntese, a inclusão social é uma categoria política que visa à transformação social, ou ainda, é um programa de ação com objetivos políticos determinados que consistam em estender a cidadania para todos os membros da sociedade.

É relevante apontar que o conceito de "inclusão social" não diz respeito apenas à questão financeira, mas à necessidade de trazer para a comunidade pessoas que estão à margem da sociedade, seja na questão de estudos, no relacionamento interpessoal, no acesso ao sistema de saúde ou mesmo em outras práticas sociais. Assim, concebe-se o letramento digital como sendo a capacidade que tem o indivíduo de responder adequadamente às demandas sociais que envolvem a utilização dos recursos tecnológicos e da escrita no meio digital. Questão que se torna imprescindível à plena conquista da cidadania, quando o acesso às ferramentas digitais é por demais importante, porém, com um sentido mais amplo e coletivo de melhoria social.

Fonte: Lúcia Serafim