sábado, 28 de novembro de 2009

"Kit do Psicopedagogo"


Este kit deve acompanhá-lo durante toda a sua caminhada enquanto ensinante e aprendente.
Nele você encontrará o indispensável para exercer humanamente a profissão que agora abraça:

Uma lupa, para que você possa ampliar seu campo de visão e enxergar além das aparências;
Um fone que lhe faça parar e dedicar boa parte de seu tempo a ouvir com atenção;
Um microfone que amplie sua voz para que fale na hora certa e mantenha-se sempre em movimento/ação;
Um bloquinho de anotações e lápis são muito importantes para que escreva seus mais profundos pensamentos e as novas idéias que
surgirem... e não se esqueça de registrar as emoções que viverá !
E lembre-se de pensar e agir sempre com o coração pois os vínculos criados e as atitudes tomadas com afeto são para toda a vida e fazem a nossa caminhada juntos ser mais leve, agradável e feliz!

Sucesso, paz e felicidade!


Carla Elizei
(Graduada em Pedagogia; Especialista em Pedagogia com ênfase em Ensino Religioso pelo UNIS; Especialista em MBA - Gestão Educacional pela PUC-RS; Especialista em Psicopedagogia pela Faculdade Promove / Fundação Aprender; Mediadora em PEI – Nível I pelo ICELP; Especialista em Gestão do Conhecimento pela Província Marista Brasil entro-Norte).

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

"Aluno ouropretano é eleito um dos melhores estudantes de geografia do país pelo Desafio National Geographic"




O mineiro de Ouro Preto Hugo Demattos Nogueira, 15 anos, estudante do Colégio Arquidiocesano, conquista o terceiro lugar no 2º Desafio National Geographic - Viagem do Conhecimento, deixando o Estado de Minas Gerais, pelo segundo ano consecutivo, entre os três melhores na competição estudantil de geografia que, neste ano, foi disputada por 276 mil alunos das redes de ensino pública e privada de todo o Brasil.

Em 2008, o estudante mineiro Rodolfo Francisco Marques foi o grande vencedor do 1º Desafio National Geographic - Viagem do Conhecimento.


A Fase Nacional do desafio, realizada na capital paulista, reuniu os 20 alunos que atingiram as melhores notas nas duas fases anteriores, e incluiu visitas a museus e locais históricos, e a realização de duas provas. Na agenda de passeios, uma visita a Paranapiacaba, em Santo André/SP, foi à atividade em campo e tema da segunda e última prova da competição.

Realizada no auditório do edifício da Editora Abril, em São Paulo, na noite de sábado, 14 de novembro, a cerimônia de premiação condecorou os três primeiros colocados da competição: o primeiro lugar ficou com Lucas Silva Souza, 15 anos, representante do Colégio Termomecânica, de São Bernardo do Campo/SP; o segundo foi Izaú Gomes Querino Rodrigues Neto, 15 anos, do Centro de Ensino Médio Integrado à Educação Profissional, de Brasília/DF; e o terceiro, Hugo Demattos Nogueira, 15 anos, do Colégio Arquidiocesano de Ouro Preto/MG.

Além dos seus responsáveis, os alunos estavam acompanhados por seus professores de geografia, fundamentais na participação no 2º Desafio National Geographic: Antonio Ive Marinheiro, de São Bernardo do Campo/SP, Alba Maria Cúrcio Ferreira, de Brasília/DF, e Márcio Moreira II , de Ouro Preto/MG. Os três vencedores ganharam pacotes de 7 dias no Resort Rio Quente, em Caldas Novas, Goiás, prêmios foram doados pelo Resort Rio Quente e pela TAM.

Todos os 20 finalistas, estudantes do ensino médio e fundamental de várias partes do Brasil, receberam suas medalhas de melhores estudantes de geografia do país. A segunda edição do Desafio National Geographic contou também com o patrocínio da Caixa Econômica Federal e apoio do Instituto Claro.

A competição estudantil, idealizada pela Editora Abril e a revista National Geographic Brasil, busca despertar nos jovens estudantes o interesse pelo conhecimento geográfico e pela chamada "cultura de viagem" em todas as suas fases.

No dia 20 de novembro, as provas e gabaritos da Fase Final serão divulgados no site oficial:www.viagemdoconhecimento.com.br

Fonte: Rede Pitágoras

" A arte de ser feliz- Frei Betto"

Recebi de uma amiga este apelo: “Existe alguma receita capaz de fazer uma pessoa se apaixonar por algo - seja o que for? Nem precisa ser coisa transcendental. Algo que dê um sentido à vida. Não que a vida seja desprovida de sentido, mas desprovida de sabor.

“ É claro que estou me referindo a mim, e posso até estar sendo exigente demais, ou cruel demais com a minha pessoa. Mas é esta a reflexão de hoje, de agora. Me dou conta de que não tenho paixão alguma. Pelo menos é o que a minha mente me fala e o que percebo. Isso me faz sentir falta de algo...

“Tem gente que gosta de corrida de carros, de cavalos, de barcos. Gente que ama fazer tricô, escalar montanhas, meditar hoooooras a fio; gosta de ler, de ser médico, jornalista, político até. Puxa vida... como admiro isso. A vida frenética das cidades pulsa em algumas pessoas, e a vida pacata do campo, em outras.
Tenho alegrias e uma normalidade ética permeada por um bom senso bem bacana. Mas eu sinto (até irracionalmente), de forma muito forte, a impermanência.

“ Um dia você disse que gostaria de ser semente. Refleti sobre e... nada aconteceu. O ritual inevitável da convivência e tudo o que envolve as relações interpessoais, somados a um bom astral, já cuidam disso. Queria me apaixonar. Ter um hobby. Qualquer um.

“Alegrias são muitas. Tenho o sorriso fácil... Mas a felicidade é coisa rara, de frágeis e preciosos momentos. Tenho uma implicância danada com aquela música do Zeca Pagodinho que diz: “... deixa a vida me levar... vida leva eu..." Quero sentir um sentido. A vida, o planeta, a diversidade religiosa, etc, são assombrosos de tanto infinito. Mas permaneço no raso. Sem querer explorar o seu tempo e os seus insights... digo: gostaria de saber o que você teria a dizer sobre isso.”

Fiquei pensativo. Há pessoas que me julgam portador de respostas para os impasses da vida. Mal sabem elas quantos acumulos em minha trajetória. Contudo, sei o que é felicidade. Difere da alegria. Felicidade é um estado de espírito, é estar bem consigo, com a natureza, com Deus. Com os outros, nem sempre. As relações humanas são amorosamente conflitivas. Invejas, mágoas, disputas, mal-entendidos, são pedras no sapato.

Alegria é algo que se experimenta eventualmente. Uma pessoa pode ser feliz sem parecer alegre. E conheço muitos que esbanjam alegria sem me convencerem de que são felizes.

Após meditar sobre a consulta de minha amiga, respondi: “Querida X: diria que a primeira coisa é sair da toca... Enturmar-se com quem já encontrou algum sentido na vida: a equipe de jogo de xadrez, a turma do cinema de arte em casa, o grupo político, a ONG da solidariedade etc. É preciso enturmar-se, sentir a emulação que vem da comunidade, dos outros, esse entusiasmo que, se hoje falta em mim, exala do companheiro ao lado...

“ Você pode encontrar a paixão de viver em mil atividades: ler histórias num asilo, ajudar voluntariamente num hospital pediátrico, costurar para uma creche ou participar de um partido político, um grupo de apoio a movimentos sociais; alfabetizar domésticas e porteiros de prédios ou se dedicar a pesquisar a história do candomblé ou por que tantos jovens buscam na droga a utopia química que não encontram na vida.

“Mas, sobretudo, sugiro mergulhar numa experiência espiritual. Mergulhar. É o que, agora, nesta manhã luminosa de Cruz das Almas (BA), me vem à cabeça e ao coração.”
O sábio professor Milton Santos, que não tinha crença religiosa, frisava que a felicidade se encontra nos bens infinitos. No entanto, a cultura capitalista que respiramos centra a felicidade na posse de bens finitos. Ora, a psicanálise sabe que o nosso desejo é infinito, insaciável. E a teologia identifica Deus como o seu alvo.

Ninguém mais feliz, na minha opinião, do que os místicos. São pessoas que conseguem direcionar o desejo para dentro de si, ao contrário da pulsão consumista que faz buscar a satisfação do desejo naquilo que está fora de nós. O risco, ao não abraçar a via do Absoluto, é enveredar-se pela do absurdo.

Como o Mercado, que tudo oferece em sedutoras embalagens, ainda não foi capaz de ofertar o que todos nós mais buscamos – a felicidade -, então tenta nos incutir a idéia de que a felicidade resulta da soma dos prazeres. Possuir aquele carro, aquela casa, fazer aquela viagem, vestir aquela roupa... nos tornará tão felizes quanto o visual dos atores e atrizes que aparecem em peças publicitárias.

Tenho certeza de que nada torna uma pessoa mais feliz do que empenhar-se em prol da felicidade alheia: isto vale tanto na relação íntima quanto no compromisso social de lutar pelo “outro mundo possível”, sem desigualdades gritantes e onde todos possam viver com dignidade e paz.

O direito à felicidade deveria constar na Declaração Universal dos Direitos Humanos. E os países não deveriam mais almejar o crescimento do PIB, e sim do FIB – a Felicidade Interna Bruta.
Frei Betto- Frade Dominicano, Teólogo, Antropólogo, Filósofo, Jornalista e Escritor - autor de 40 livros com obras editadas em vários países.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

" Adolescência e identidade"


"Ser adolescente não é fácil e meus pais não percebem isso", disse-me uma garota de 15 anos, chorando. Concordo com ela, por vários motivos. De largada, eles foram considerados "aborrecentes", uma expressão que deve ser riscada do vocabulário, já que sugere que os jovens aborrecem os adultos com suas crises, mudanças de humor, rebeldias etc. Com sua presença, enfim. A quem considera os adolescentes desagradáveis, lembro que todo adulto já encarnou um, fato que costuma ser convenientemente esquecido.
E lembro, também, que é preciso entender que deixar de ser criança significa, primeiramente, perder muita coisa.A ansiedade que os jovens sentem com as mudanças que ocorrem no corpo deles não é coisa pequena nesse mundo em que a aparência é tão valorizada, por exemplo. Mas hoje vou conversar sobre o processo de crise de identidade nessa fase.Os pais são o prolongamento da criança, já que tudo o que ela faz passa por eles. Perder esse apoio e referência tão fortes provoca vulnerabilidade e é trabalhoso porque significa construir e procurar sua própria identidade.
Isso supõe testar capacidades, aprender a reconhecer limites e riscos, organizar sua relação com o grupo e reconhecer o que quer e o que pensa, entre outros processos.Passar por isso com a fragilidade que os adultos vivem nesse tempo só torna as coisas ainda mais difíceis. Essa é a crise de identidade, uma das passagens inevitáveis desse período.
Para saber quem quer ser, o adolescente precisa saber quem são seus pais. Para chegar a um local desconhecido é preciso estar bem localizado, saber onde está e de onde veio, não é? O espírito da lei recentemente aprovada no Senado, que permite aos filhos adotados conhecer dados de seus pais biológicos, é esse.
O problema é que esse conhecimento tem sido complicado porque muitos pais não dão rumo aos filhos."Você escolhe, você é quem sabe, você decide" são expressões que os pais dizem com frequência a filhos pequenos acreditando que, com isso, lhes dão autonomia. Não. Desse modo, negam aos filhos o conhecimento de quem são e de onde estão e a própria condição de criança. "Sou praticamente um adulto", ouvi um garoto de nove anos dizer.
Para tornar-se adulto, o adolescente precisa passar por sua crise dentro da família para conseguir se organizar fora dela. Por isso, os pais precisam "segurar a onda", apoiá-lo e se fazer presentes não fisicamente sempre que o filho precisar.A família precisa ser continente para o filho em crise, mas muitos pais estão "caindo fora", como dizem os jovens. Ser impotente para se relacionar com o filho adolescente parece uma epidemia e isso só agrega dificuldade à já difícil tarefa deles -como reclamou a garota citada-, que só colabora para o adiamento da aquisição de uma identidade.Um adolescente não pode ser como uma criança, assim como um adulto não pode ser como um adolescente. Precisamos encontrar soluções para esse duplo problema.


Fonte: Bolg:Rosely Sayão