sexta-feira, 27 de maio de 2011

Elogie do jeito certo- Marcos Meier

Recentemente um grupo de crianças pequenas passou por um teste muito
interessante. Psicólogos propuseram uma tarefa de média dificuldade,
mas que as crianças executariam sem grandes problemas. Todas
conseguiram terminar a tarefa depois de certo tempo. Em seguida, foram
divididas em dois grupos.

O grupo A foi elogiado quanto à inteligência. “Uau, como você é
inteligente!”, “Que esperta que você é!”, “Menino, que orgulho de ver
o quanto você é genial!” ... e outros elogios à capacidade de cada
criança.

O grupo B foi elogiado quanto ao esforço. “Menina, gostei de ver o
quanto você se dedicou na tarefa!”, “Menino, que legal ter visto seu
esforço!”, “Uau, que persistência você mostrou. Tentou, tentou, até
conseguir, muito bem!” ... e outros elogios relacionados ao trabalho
realizado e não à criança em si.

Depois dessa fase, uma nova tarefa de dificuldade equivalente à
primeira foi proposta aos dois grupos de crianças. Elas não eram
obrigadas a cumprir a tarefa, podiam escolher se queriam ou não, sem
qualquer tipo de consequência.

As respostas das crianças surpreenderam. A grande maioria das crianças
do grupo A simplesmente recusou a segunda tarefa. As crianças não
queriam nem tentar. Por outro lado, quase todas as crianças do grupo B
aceitaram tentar. Não recusaram a nova tarefa.

A explicação é simples e nos ajuda a compreender como elogiar nossos
filhos e nossos alunos. O ser humano foge de experiências que possam
ser desagradáveis. As crianças “inteligentes” não querem o sentimento de frustração de não conseguir realizar uma tarefa, pois isso pode modificar a imagem que os adultos têm delas. “Se eu não conseguir, eles não vão mais dizer que sou inteligente”.
As “esforçadas” não ficam com medo de tentar, pois mesmo que não consigam é o esforço que será elogiado. Nós sabemos de muitos casos de jovens considerados inteligentes não passarem no vestibular, enquanto aqueles jovens “médios” obterem a vitória.
Os inteligentes confiaram demais em sua capacidade e deixaram de se preparar adequadamente. Os outros sabiam que se não tivessem um excelente preparo não seriam aprovados e, justamente por isso, estudaram mais, resolveram mais exercícios, leram e se aprofundaram melhor em cada uma das disciplinas.

No entanto, isso não é tudo. Além dos conteúdos escolares, nossos
filhos precisam aprender valores, princípios e ética. Precisam
respeitar as diferenças, lutar contra o preconceito, adquirir hábitos
saudáveis e construir amizades sólidas. Não se consegue nada disso por
meio de elogios frágeis, focados no ego de cada um. É preciso que
sejam incentivados constantemente a agir assim. Isso se faz com
elogios, feedbacks e incentivos ao comportamento esperado.

Nossos filhos precisam ouvir frases como: “Que bom que você o ajudou,
você tem um bom coração”, “parabéns meu filho por ter dito a verdade
apesar de estar com medo... você é ético”, “filha, fiquei orgulhoso de
você ter dado atenção àquela menina nova ao invés de tê-la excluído
como algumas colegas fizeram... você é solidária”, “isso mesmo filho,
deixar seu primo brincar com seu video game foi muito legal, você é um
bom amigo”. Elogios desse tipo estão fundamentados em ações reais e
reforçam o comportamento da criança que tenderá a repeti-los. Isso não
é “tática” paterna, é incentivo real.

Por outro lado, elogiar superficialidades é uma tendência atual. “Que
linda você é amor”, “acho você muito esperto meu filho”, “Como você é
charmoso”, “que cabelo lindo”, “seus olhos são tão bonitos”. Elogios
como esses não estão baseados em fatos, nem em comportamentos, nem em
atitudes. São apenas impressões e interpretações dos adultos. Em
breve, crianças como essas estarão fazendo chantagens emocionais,
birras, manhas e “charminhos”. Quando adultos, não terão desenvolvido
resistência à frustração e a fragilidade emocional estará presente.

Homens e mulheres de personalidade forte e saudável são como carvalhos
que crescem nas encostas de montanhas. Os ventos não os derrubam, pois
cresceram na presença deles. São frondosos, copas grandes e o verde de
suas folhas mostra vigor, pois se alimentaram da terra fértil.

Que nossos filhos recebam o vento e a terra adubada por nossa postura
firme e carinhosa.

* Marcos Meier é psicólogo, professor de Matemática e mestre em
Educação. Especialista na teoria da Modificabilidade Estrutural
Cognitiva de Reuven Feuerstein, em Israel. Também conhecida como
teoria da Mediação da Aprendizagem.


Fonte:recebido por e.mail

Movimento por um Brasil Literário-




Fonte:Movimento por um Brasil literário escreveu:

Entrevista com o professor Ataliba Castilho sobre o livro "Por uma Vida Melhor" - UNIVEST TV

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Jornalistas com deficit de letramento- Weden

Jornalistas com deficit de letramento

Enviado por luisnassif, ter, 24/05/2011
Por Weden
Diz o dito popular que médicos enterram seus erros. E os jornalistas os repercutem.

A falta de atenção e capacidade de compreensão do que diz o livro didático Por uma Vida Melhor, da editora Global, é indicativo de deficit de letramento entre jornalistas. Junte-se a problemas de leitura, interesses mercadológicos, ignorância científica, leviandade intelectual e oportunismo político.

São inúmeros os sintomas do deficit de letramento. Entre eles, dificuldade de relacionar textos (problemas com a intertextualidade), desatenção ao cotexto em que aparecem as sentenças e incapacidade de associar o texto ao contexto de enunciação - para não falar nas posições discursivas, mas isso é outra história.

O problema não é só encontrado no ensino básico. É comum que o deficit de letramento seja detectado também em outros níveis de escolaridade, mesmo entre aqueles que, em suas profissões, fazem largo uso da leitura e da escrita.

Linguistas já chamaram a atenção para o fato de que se estes jornalistas fossem submetidos ao PISA seriam reprovados.

Aqui a lista de jornalistas e intelectuais que precisam aprimorar sua leitura.

No caso deles, talvez não seja difícil.

____________

Clóvis Rossi (Folha de SP): atribuiu aos autores do livro "crimes linguisticos" e "argumentos delinquenciais". Fundamentou seus ataques a uma pequena passagem do livro. O capítulo não era tão grande para ele se abster da leitura. Uma das marcas do deficit de letramento é a incapacidade de fazer correlações cotextuais. Interpretou "demonstração linguistica" com "pregação linguística", o que não cabe a este ramo do saber.

Flávia Salme (IG): levou a escolas sua leitura equivocada do livro. Induziu alunos a se pronunciarem contra. No seu texto, confunde modalidade e registro com normas.

William Waack (Rede Globo): iniciou o programa Painel, da GloboNews, perguntando se é "certo ensinar errado". Tímido com a explicação de Maria Alice Setubal, professora convidada, pergunta :"Embarcamos numa furada?". Ela responde: "sim". Nem Afonso Romano o apoiou.

Mônica Waldvogel (Globo): a reportagem de abertura do programa Entre Aspas, por meio de um recorte descontextualizado do livro, induz os entrevistados a condenarem a obra, os autores e o MEC. Cala-se diante das intervenções de Cristóvão Tezza e Marcelino Freitas.

Jornalista do jornal O Globo (vários): as reportagens sobre o livro didático foram assinadas por vários jornalistas. Todos insistiram na tese - não confirmada - de que o livro contém "erros grosseiros de português".

Augusto Nunes (Veja): perseguiu a professora Heloísa Ramos, durante dias. A professora é consultora da revista Nova Escola, da própria Abril, a que serve o jornalista.

Reinaldo Azevedo (Veja): a partir de trechos soltos, confundiu demonstração linguistica com pregação política. Partidarizou o que é consenso no campo da linguistica internacional.

Merval Pereira (Globo): fez afirmações fora do escopo da obra: "o Ministério da Educação está estimulando os alunos brasileiros a cultivarem seus erros”. Não há passagem clara neste sentido no livro.

Carlos Alberto Sardenberg (Globo): chegou a afirmar que o livro defende o modo de falar do ex-presidente Lula. Não leu o livro.

A mea-culpa da Folha de São Paulo, no editorial "Os livro", não foi acompanhada do necessário pedido de desculpas aos autores da obra. A seu favor, deve-se frisar que o jornal publicou dois artigos que mostram que nem todos deixaram de se ater à obra para comentá-la. Ressalte-se aqui a honestidade intelectual de Hélio Schwartsman e de Thais Nicoleti de Camargo.



Quem mais criticou sem ler?

Marcos Vilaça (Presidente da Academia Brasileira de Letras). Caso gravíssimo. O presidente da instiuição responsável pela memória das letras no país sequer teve o cuidado de consultar a obra. Acreditou no que foi levado pelos jornalistas. Desacreditou a instituição.

Ruy Castro (Escritor). Ele não leu o livro e se indignou com o que não havia sido escrito na obra. O escritor vive da leitura de livros. Mas ele mesmo não deu o exemplo.

Evanildo Bechara (Gramático). Cometeu o erro mais grave de sua carreira acadêmica. Criticou autores sem ter lido o livro. Um gramático não pode desconhecer a necessidade de ler para emitir juízos.

Edgar Flexa Ribeiro (Educador). Ele também não leu o livro e emitiu opinião a partir de trechos descontextualizados. Envolvido com educação, deu um passo em falso e será cobrado por isso.

Cristóvão Buarque (Senador). Sem ler o livro, diz que a obra pode prejudicar alunos. Este é um caso bastante sintomático. Como sua bandeira é a Educação, poderia ter sido mais cuidadoso ou pelo menos ter lido o capítulo em que aparecem as citações da imprensa. Sem fundamentação na realidade do que estava escrito no livro, declarou: "Existe um risco de se criar duas formas de falar o português" (existem várias formas de falar português, até porque toda língua é constituída por dialetos, como fica claro nas diferenças entre o Português Europeu e o Português Brasileiro); "os estudantes da rede pública, ao adotar erros de concordância verbal como regra, não terão a menor chance de passar em um concurso" (o livro em nenhum momento diz isso); "Tem que se ter em mente uma questão fundamental: sotaque e regionalismos são uma coisa, a língua portuguesa é outra" (esta diferença é absurda do ponto de vista das ciências linguísticas").

Todos os personagens acima devem desculpas à professora Heloísa Ramos e à ONG Ação Educativa. Eles se deixaram levar pela cobertura da imprensa. Pode-se desculpá-los por isso, mas é bom que reflitam.

Considero que estamos diante de um novo caso Escola Base, e todos que não se retratarem terão ajudado a constituir um novo crime de imprensa.

A professora Heloísa Cerri Ramos foi atacada pelos blogs da Veja, que tentaram ridicularizá-la. Já a Ação Educativa, com 15 anos de existência, e inúmeros projetos de pesquisa no campo da educação*, além de ações como pontos de leitura, também foi caluniada sem direito á resposta.

Todos estes jornalistas e intelectuais citados apresentaram problemas graves de letramento. Recomenda-se que repensem o que disseram e tenham a humildade de consultar o capítulo, antes de emitir novas opiniões.

Além disso, um pedido de desculpas não faz mal a ninguém.

A educação brasileira agradece.

______

* A ONG é responsável, junto com o Instituto Paulo Montenegro, pelo Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional, pesquisa de acompanhamento permanente.

Diante dos problemas com os jornalistas, as estatísticas devem ter piorado.

Fonte: Peabirus- Denise Vilardo

terça-feira, 24 de maio de 2011

"Escolas precisam educar para a vida"- Philippe Perrenoud




Onde aprendemos a decodificar fenômenos sociais, políticos e culturais dos quais depende o nosso futuro? O que sabemos em relação às nossas emoções e às relações do campo de trabalho, da família, da vida associativa e da vida nas organizações? Provocações como essas foram apresentadas pelo francês Philippe Perrenoud, um dos principais pensadores da educação moderna, durante a 18.ª Feira Educar Educador, em São Paulo.

Com a palestra “Qual a finalidade da escola do século 21: preparar uma elite para o ensino superior ou preparar os jovens para a vida?”, Perrenoud fez críticas ao sistema de ensino atual e lançou reflexões para o público, formado, em sua maioria, por educadores e gestores da área educacional. “As disciplinas estabelecidas no sistema educacional, baseada nos saberes como Química, Física, Biologia, Matemática, História e Geografia, têm abordagens desiguais e limitadas para preparar para a vida”, disse.

Ele defende que a escola deveria se concentrar mais em outras disciplinas, como a educação física, musical e artística; a cidadania, o desenvolvimento sustentável, a saúde, a comunicação, a tecnologia, a interculturalidade, entre outras. “Todas elas visam o preparo para a vida, mas disputariam um quarto da carga horária, o que ficaria difícil conciliar com as disciplinas tradicionais”, explicou.

Competências
Formar uma criança ou adolescente hoje é diferente da formação integral dos anos 80. A diretora do conselho pedagógico da Aymará Educação e doutora pela Universidade de São Paulo (USP) elenca algumas competências para a educação do século 21:

- Considerar o aluno como copartici­pante do processo educacional. Ele não pode mas ser passivo;

- Acentuar o caráter crítico da forma­ção, isso é, analisar as mudanças e fa­­zer com que o aluno tome uma po­­sição em relação a elas. Que ele seja sujeito do seu querer e do seu fazer;

- Criar espaços de efetiva convivência para trocas de qualidade de vivências, qualidade de experiências, de êxito e de qualidade humana, e não mais ficar na formalidade;

- Usar a tecnologia com humanismo e respeito frente a uma sociedade onde permeia os crimes virtuais, o cyberbullying e o assédio moral.
É necessário, segundo ele, buscar uma igualdade dessas “novas” educações com as tradicionais. “Não podemos aceitar que um aluno que viva em um mundo intercultural não seja preparado para isso”, critica. O mesmo deveria, diz Perrenoud, se estender para os ramos da Psicologia, Sociologia e do Direito, ciências básicas que, segundo ele, não poderiam ficar de fora dos currículos escolares.

Tempo

Para o educador, não estamos sendo preparados para enfrentar crises e sofrimentos como o divórcio, o desemprego, a doença, o conflito e o assédio, por exemplo. E o tempo, revela ele, é o maior inimigo. “O tempo investido na preparação de uma longa escolaridade fará falta na vida adulta das crianças de hoje que deveriam ser muito mais preparadas para uma vida ativa do que para uma vaga no ensino superior”, opinou.

Mas, destaca Perrenoud, a escola não tem conseguido dar conta de realizar as duas tarefas e este não é um problema fácil de solucionar. “O importante é iniciar o debate e fazer as pessoas pensarem. Temos que prestar mais atenção nas pesquisas individuais, aquela que cada um de vocês, seja pai ou professor, perguntará ao seu filho ou ao seu aluno quando chegar em casa: ‘o que realmente você gostaria de aprender?’”.


Interatividade

Você acha que educar para a vida é mais importante que aprender o conhecimento tradicional? Por quê?


Fonte:http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1128295

domingo, 22 de maio de 2011

"a oração: a banda mais bonita da cidade"



Lindo pela simplicidade!
Bjs, Nata

http://www.youtube.com/watch?v=QW0i1U4u0KE

"Livro para adultos não ensina erros "

Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

UNIFESP

NOTA PÚBLICA

Livro para adultos não ensina erros


Uma frase retirada da obra Por uma vida melhor, cuja responsabilidade pedagógica é da Ação Educativa, vem gerando enorme repercussão na mídia. A obra é destinada à Educação de Jovens e Adultos, modalidade que, pela primeira vez neste ano, teve a oportunidade de receber livros do Programa Nacional do Livro Didático. Por meio dele, o Ministério da Educação promove a avaliação de dezenas de obras apresentadas por editoras, submete-as à avaliação de especialistas e depois oferece as aprovadas para que secretarias de educação e professores façam suas escolhas.




O trecho que gerou tantas polêmicas faz parte do capítulo “Escrever é diferente de falar”. No tópico denominado “concordância entre palavras”, os autores discutem a existência de variedades do português falado que admitem que substantivo e adjetivo não sejam flexionados para concordar com um artigo no plural. Na mesma página, os autores completam a explanação: “na norma culta, o verbo concorda, ao mesmo tempo, em número (singular – plural) e em pessoa (1ª –2ª – 3ª) com o ser envolvido na ação que ele indica”. Afirmam também: “a norma culta existe tanto na linguagem escrita como na oral, ou seja, quando escrevemos um bilhete a um amigo, podemos ser informais, porém, quando escrevemos um requerimento, por exemplo, devemos ser formais, utilizando a norma culta”.




Pode-se constatar, portanto, que os autores não estão se furtando a ensinar a norma culta, apenas indicam que existem outras variedades diferentes dessa. A abordagem é adequada, pois diversos especialistas em ensino de língua, assim como as orientações oficiais para a área, afirmam que tomar consciência da variante linguística que se usa e entender como a sociedade valoriza desigualmente as diferentes variantes pode ajudar na apropriação da norma culta. Uma escola democrática deve ensinar as regras gramaticais a todos os alunos sem menosprezar a cultura em que estão inseridos e sem destituir a língua que falam de sua gramática, ainda que esta não esteja codificada por escrito nem seja socialmente prestigiada. Defendemos a abordagem da obra por considerar que cabe à escola ensinar regras, mas sua função mais nobre é disseminar conhecimentos científicos e senso crítico, para que as pessoas possam saber por que e quando usá-las.




O debate público é fundamental para promover a qualidade e equidade na educação. É preciso, entretanto, tomar cuidado com a divulgação de matérias com intuitos políticos pouco educativos e afirmações desrespeitosas em relação aos educadores. A Ação Educativa está disposta a promover um debate qualificado que possa efetivamente resultar em democratização da educação e da cultura. Vale lembrar que polêmicas como essa ocupam a imprensa desde que o Modernismo brasileiro em 1922 incorporou a linguagem popular à literatura. Felizmente, desde então, o país mudou bastante. Muitas pessoas tem consciência de que não se deve discriminar ninguém pela forma como fala ou pelo lugar de onde veio. Tais mudanças são possíveis, sem dúvida, porque cada vez mais brasileiros podem ir à escola tanto para aprender regras como parar desenvolver o senso crítico.


Fonte: http://www.peabirus.com.br/redes/form/post?pub_id=87984&utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+com%2Fpeabirus+%28Peabirus+%3A%3A+RSS%29&utm_content=Google+Reader










"O Reino do Coração"




Conta-nos uma lenda, que existia em um reino muito distante, uma grande quantidade de terras que se perdiam no horizonte e iam muito além das montanhas.

Chamava-se “o reino do coração”. Uma jovem senhora recebera de Deus a incumbência de cuidar e administrar, como quisesse, toda aquela imensidão de terras.

Para se ter uma idéia, ela possuía mais terras do que o próprio rei.

A jovem senhora sempre soube administrar com maestria todos os setores do reino do coração que lhe pertenciam.

Era uma mulher bondosa e, mesmo contra a vontade de muita gente, ela sempre distribuía alguns hectares de sua propriedade para as pessoas simples que batiam à sua porta.

As pessoas pediam para ficar um tempo e acabavam se demorando, se demorando até se instalarem de vez.

Tudo corria maravilhosamente bem até que chegou um posseiro e quis morar nas terras do coração que ela mais gostava: “as terras da afetividade”.

Aproveitando-se da ausência da senhora, que viajara por algum tempo, esse posseiro se apoderou do seu recanto mais precioso, onde ela cultivava as flores da paixão, da cumplicidade, do companheirismo e de muitas outras flores relacionadas ao sentimento.

Quando ela retornou, ficou bastante surpresa ao ver que aquele forasteiro havia se instalado ali.

No entanto, ele não era um forasteiro qualquer, era como um raio de sol, e ao seu suave toque todas as flores se abriam e começavam a exalar um perfume inebriante.

Com a presença daquele homem incomum, o recanto secreto da jovem senhora se tornou o mais belo de todo o reino.

A administradora não teve como recusar a permanência daquele posseiro singular, pois sua presença havia mudado para sempre os jardins dos seus mais secretos sentimentos...

No entanto, um dia... um dia que a jovem senhora não mais poderia esquecer, seu jardim amanheceu sem brilho e sem perfume...

Parecia que o inverno chegara mais cedo..., e um frio extemporâneo havia crestado todas flores...

A dona das terras quis saber o motivo e seu pequeno-grande coração quase desfaleceu ao saber que seu raio de sol havia partido...

Ela saiu a buscar por todos os cantos do seu reino, mas não mais o encontrou.

A tristeza quis tomar posse do seu recanto precioso, mas ela insistia em ter de volta o toque suave do seu raio de sol, único capaz de trazer novamente o viço e o perfume às flores.

No entanto, numa manhã... numa manhã que a jovem senhora não mais poderá esquecer, seu raio de sol voltou... mas não voltou para ficar...

Ele propôs uma condição: poderia apenas visitar aquele recanto de paz e amor a cada início de primavera, para beijar todas as flores pelas quais nutria imenso carinho.

Apesar de sentir-se triste por não ter seu raio de sol em todas as estações, a jovem senhora aceitou as condições.

E é assim que a cada início de primavera o raio de sol beija as flores e elas se abrem, e exalam seu inebriante perfume como todas as flores cultivadas pelo amor de alguém muito especial.


Fonte: Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.


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Nunca sabemos se estamos em terra firme ou no espaço. A distância que se percorre para encontrar um amor, depende da sua compreensão do que seja amor. Assim... Quando viajar, troque sempre de lugar. Nunca vá só num determinado assento do ônibus, pois assim Você só desfrutará de uma paissagem.
Varie. Mude... Você terá diferentes visões sobre um mesmo lugar.
Era isso que eu fazia, até descobrir que nada era seguro quando falamos de amor.
Alguns dizem que correr risco faz parte. Mas ser detonada em uma mina que Você própria construiu é diferente.
E não há nada que se possa fazer, a não ser viver e tocar em frente.
Não há lugar seguro que não seja o seu coração.

Boa tarde!
Beijos
Natalícia