quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A política do pré escolar no Brasil- segundo Sônia Kramer

A autora, em um primeiro momento, tenta conceituar o que, de fato, é a criança. Como também, as modificações do conceito de infância ao longo da história. Sônia Kramer tem um posicionamento interacionista.

Este posicionamento fica evidenciado quando ela nos diz que o comportamento é construído a partir da interação da criança com o meio. Desta forma, não existem papéis e desempenhos específicos para as crianças.

Mas, estes papéis e desempenham, serão determinados pela classe social a que a criança se encontrar.Para Kramer, atualmente, existem duas novas concepções de infância. A primeira diz respeito à preservação da criança à corrupção do mundo, um ideal semelhante a Rousseau em seu livro Emílio; que também levará o nome de Pedagogia ?Nova? O segundo vê a criança como um adulto imperfeito, e desta forma se faz necessário que esta criança passe por uma moralização, para que se adapte à sociedade; esta por sua vez receberá o nome de Pedagogia ?Tradicional?

Neste capítulo, a autora, também desmistifica a idéia de que a educação é a solução para todos os problemas da sociedade. Na verdade a educação contribui, mas não é ela que fará as modificações necessárias para que nossa sociedade se torne mais justa e igualitária. Nos mostra justamente, que por não haver uma única classe social, não haver as mesmas oportunidades para todos, também não existe um único conceito de infância. Mas que a criança e respectivamente sua infância será de acordo com o ambiente social e histórico que ela estiver inserida.

A autora no segundo capítulo divide a história da educação pré-escolar brasileira em duas fases: Pré-1930 e Pós-1930. O período Pré-1930 ela subdivide em outras três fases. A primeira fase seria do descobrimento até 1874. Neste tempo pouco ou quase nada se fazia em relação à educação pré-escolar. A segunda fase vai de 1874 até 1889, quando se inicia movimentação de grupos particulares se dedicando ao atendimento de crianças em idade pré-escolar.

Estes grupos eram formados por pessoas da área da saúde, com o intuito de reduzir a mortalidade infantil, tão assustadora não só na época mas também nos dias atuais, embora em menor número. Já a terceira fase, que vai de 1889 até 1930, vai se destacar pela fundação do Instituto de Proteção e Assistência à Infância do Brasil, em 1899. Este Instituto tinha por objetivo atender aos menores de oito anos, elaborar leis que regulassem a vida e a saúde destas crianças, criar maternidades, creches e jardins de infância.É fácil perceber como a noção de criança era diferente da que temos hoje. Para que se preocupar com crianças se ninguém sabia nem se elas sobreviveriam? Das crianças que nasciam por ano, quase 50% morriam antes dos dois anos de idade.

Este pensamento foi se modificando até a visão idealista de que a criança é o homem de amanhã. Desta forma, a criança passa a ser a salvação da humanidade. Entretanto, a criança era vista de forma a-histórica, isto é, sem estar inserida no seu contexto social e histórico. A partir da fase Pós-1930, com a Revolução e toda aquela tentativa de fomentar um amor incondicional à Pátria, as crianças como a ter seu espaço reservado.

Pois segundo o discurso oficial a criança estaria intrinsecamente ligada ao desenvolvimento da nação.Durante este período outro fator importante é a questão dos menores operários. A própria Constituição, outorgada em 1937, dedica dois capítulos a esta questão. Nos nossos dias, com as conquistas referentes aos direitos das crianças, é até mesmo crime empregar crianças. Tudo isso para que estas crianças possam receber melhor formação.De maneira geral no início da fase Pós-1930, as mudanças foram lentas e aconteceram mais no papel do que na prática.

Tanto que muitos órgãos foram criados para se responsabilizar pela formação da criança. Entre eles: o Ministério da Educação e da Saúde Pública por parte do poder público e aOrganização Mundial de Educação Pré-escolar (OMEP) no setor particular. No terceiro capítulo, a autora mostra um dualismo que ocorre devido a políticas falhas da educação pré-escolar brasileira: por um lado a educação é compensatória e por outro mesmo sendo esta educação compensatória esta educação não se efetiva. Isto significa dizer que a educação pré-escolar brasileira já peca por ser compensatória, pois a pré-escola deveria ser um espaço de aprendizagem e não um espaço de compensar carências; e não se efetiva porque nossa lei deixa espaço para isto quando não torna a educação pré-escolar obrigatória.

Quando finalmente, no início do século XX, a educação das crianças menores de sete anos foi considerada importante, na verdade ainda não haviam leis para garantir este ensino. Kramer, nos mostra como as leis concernentes à educação pré-escolar no Brasil foram e são falhas e passíveis de não cumprimento. A Lei de Diretrizes e Bases de 1961 dedica dois capítulos à pré-escola, entretanto, não resolve o problema; a LDB de 1971 retrocede, tentando passa o problema para a iniciativa privada. Dando a entender que a pré-escola só serve para ?guardar? as crianças enquanto suas mães trabalham. Mesmo hoje com nossa LDB (1996), esta educação não é uma garantia, é direito de todos embora não seja obrigatório. Dá a entender que a lei nos diz: todos tem direito à pré-escola, mas é melhor que ninguém saiba, senão sairá muito caro para os cofres públicos?


Resumo do livro: A arte do disfarce. 7ª edição. São Paulo. Cortez. 2003




quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

“ Crianças Resilientes”

Crianças se sentem desorientadas, perdidas numa época tão rica de estímulos, mas tão pobre em ética, princípios e valores. Entretanto, desses grupos, onde o que prepondera é o sofrimento, emergem crianças altamente resilientes. São crianças que confrontaram adversidades, que transformaram perdas em desafios, que lutaram e venceram e que se curaram sozinhas. Parecem ser crianças que quanto mais feridas, com mais força se afirmam no mundo e crescem como adultos resilientes.

Resiliência é um conceito que foi emprestado da Física, onde é entendida como a propriedade que têm os metais de resistir a golpes e de recuperar sua estrutura interna.

Do ponto de vista das Ciências Humanas, resiliência é a capacidade universal de superar as adversidades da vida e de ser fortalecido por elas. É parte do processo do crescimento e pode ser promovida desde o nascimento.

Os estudos sobre resiliência datam das últimas décadas, porém a idéia de resiliência é quase tão antiga quanto o mundo. A luta pela sobrevivência entre os pobres e oprimidos, em todos os tempos e lugares, gerou certa forma de resiliência. O fenômeno da resiliência evoca os velhos mitos de heróis invulneráveis. É um fenômeno encontrado na mitologia, na história, na arte, na religião. São exemplos de resiliência, entre muitos outros, a vida e a obra de Jean Piaget, Máximo Gorki, Aleijadinho. Outro exemplo notável pode ser visto no diário de Anne Frank. Uma jovem, aos 12 anos, condenada a viver escondida com sua família, para tentar escapar à perseguição nazista, escreveu um diário sob a forma de cartas dirigidas a uma amiga fictícia, por quem se sentia incondicionalmente aceita..."Não penso na angústia, mas penso na beleza de ainda viver".

Não é necessário voltar ao passado ou citar celebridades ou observar realidades tão distantes para verificar exemplos de resiliência. Basta olhar ao nosso redor para enxergar um resiliente. É possível ver, em favelas, algumas crianças que vivem em condições miseráveis, e mesmo assim conseguem se sobressair nos estudos. Há pessoas que nascem com deficiências físicas importantes, a ponto de ter a escolaridade prejudicada e que conseguem se destacar profissionalmente. Há aqueles que ficam por muito tempo desempregados e depois se sobressaem nos seus próprios negócios. Trata-se de algumas, entre várias situações de resiliência que podem ser assinaladas.

Os fatores de risco, expressos em termos de prejuízos, podem paradoxalmente criar no indivíduo uma espécie de escudo - suas resiliências. As pessoas resilientes transformam os fatores de risco em desafios, os quais passam a ser confrontados e podem ser superados.

Atualmente a psicologia do desenvolvimento está muito interessada em identificar os fatores que contribuem para reforçar a capacidade de resiliência. Sabe-se que ela não é uma capacidade fixa, mas que pode variar com o tempo e com as circunstâncias.

Podem ser descritas várias características das pessoas que possuem maior capacidade para resiliência: Inteligência, capacidade de reflexão, possibilidade de independência, capacidade de relacionamento, capacidade de iniciativa, humor, criatividade, noção interna de ética, dentre outras. Mas, para que uma criança cresça e se desenvolva como resiliente, ela precisa ter pais que sejam modelos de identidade valorizados e íntegros.

Sentir-se incondicionalmente amada, por pais respeitáveis, garante para a criança a confiança em si mesmo, a capacidade para auto-apreciação, a capacidade para controle da impulsividade, a capacidade de empatia, o sentido de coerência, o significado e a finalidade quanto à própria vida.

Cabe aos pais, cuidarem de sua da própria integridade física e psicológica, pois, assim, contribuirão para que o filho se sinta seguro e confiante no ambiente familiar e, por conseqüência, confiante na bondade das pessoas em geral e esperançoso na bondade do destino.

Sentir-se incondicionalmente aceito por pais valorizados traz um incentivo de valor inestimável para o desenvolvimento da criança e dá forças para que ela enfrente dificuldades e supere adversidades.

Nós todos almejamos um mundo "cor-de-rosa" para nossos filhos e ficamos penalizados quando precisamos ajudá-los a suportar dores, enfrentar frustrações e a curar feridas. O mundo "cor-de-rosa" não existe, as adversidades por certo virão. Precisamos criar crianças resilientes, que aprendam com seus erros, fracassos e decepções e que se tornem cada vez mais resistentes, mais fortes e mais crentes em vitórias.


 

Fonte: UOL.com.br Artigo de Ceres Araujo

“Magistério do RJ- Carta Aberta à População”

Sou professora, moro em Rio Bonito/RJ, portanto faço parte dessa categoria. Há muito me decepciono com a falta de clareza e respeito a nós funcionários do Estado. Não poderia deixar de colocar esse assunto em pauta. Assim como eu, milhares de funcionários vivem a espera de promessas não cumpridas e de direitos adquiridos. Não basta a derrota de vermos uma profissão ser diariamente massacrada por comentários maliciosos, ainda temos que receber no fim do mês aquilo que eles acreditam que seja justo a pagar.

Assim, deixo expresso o meu descontentamento, no intuito de informar e quem sabe juntos, mudaremos essa situação caótica em que estão os salários dos professores.

Obrigada

Natalícia


CARTA ABERTA A POPULAÇÂO

Terça-feira, 12 de Janeiro de 2010, 14:58

*Assunto:*

Magistério do RJ - Carta Aberta à População

Carta Aberta à População do Estado do Rio de Janeiro.


*Nós, professores servidores do Estado do Rio de Janeiro, escrevemos esta

carta aberta à população do Rio de Janeiro para mostrar aquilo que realmente

envolve a questão a incorporação da gratificação chamada **Nova Escola **e a

diminuição do nosso plano de carreira.*

*A princípio, não foi dito **o valor do salário do professor estadual**,

que é de apenas **R$ 607,26.** A população deve imaginar que recebemos

alguma ajuda extra, como vale transporte, vale refeição, que qualquer

empresa é obrigada a pagar a seu funcionário. Porém, não é isso o que

acontece: não recebemos estes benefícios que são direitos de todo o

trabalhador e ainda temos o desconto previdenciário de 11%, recebendo **um

salário líquido de aproximadamente R$ 540,00.*

*O Governo faz propagandas na televisão dizendo que deu laptops para todo

professor, mas na verdade, estes laptops foram adquiridos pelo sistema de

comodato, ou seja, estes equipamentos são emprestados pelo governo que,

quando bem entender, pode pedir os mesmos de volta. Atualmente, observamos a

climatização das salas de aula, onde o Governo aluga os aparelhos e ainda

terá um consumo absurdo de energia elétrica, gerando consumo de energia

bastante elevado.**


A incorporação do Nova Escola se dará até 2015, em 7 parcelas. O governador

já se considera reeleito. Existem casos de professores que receberão, no ano

que vem, segundo este projeto, um aumento de R$ 2,47! Isso mesmo, talvez não

dê para pagar uma passagem com o valor deste aumento em 2010. **Um outro

ponto é o grande número de pedidos de exoneração de professores, estima-se

que seja aproximadamente 30 por dia!** **Não existem condições de trabalho e

isso nos incomoda. *


*Contudo, o que mais nos deixa indignados, é a carta compromisso enviada aos

nossos lares onde o mesmo governador empenha sua palavra e agora se esquece

de tudo aquilo que prometeu. As promessas são:**


Promessa 1- Reposição das perdas dos últimos 10 anos.

Resultado- Reajuste de 4% e mais 8% de uma perda de mais de 70%.

Promessa 2- Manutenção do atual plano de carreira e inclusão dos professores

de 40h.

Resultado- Não só manteve o professor 40h de fora do plano como diminuiu as

diferenças entre níveis de 12% para 7,5%.

Promessa 3- Fim da política da gratificação Nova Escola e incorporação do

valor da gratificação ao piso salarial.***

*Resultado- Esqueceu de avisar que seria em 7 anos e sem reposição da

inflação.**

Promessa 4- "A secretaria de Estado de Educação do meu governo terá como

titular pessoa com histórico na área de educação e vínculos com o

magistério."

Resultado- A atual titular da pasta é da área de computação, burocrata sem

passagem pelo magistério.

**Não somos ouvidos, e ainda vemos a imprensa nos virar as costas e

distorcer a situação real. Somos pais e mães de família, que fizeram um

curso superior, na esperança de um futuro melhor.** *


*Contamos com a compreensão e **a colaboração da população **do Estado do

Rio de Janeiro.***


*Vista a camisa da Educação, você pode não ser professor, seu filho e sua

família podem não precisar da Educação Pública, mas a nossa sociedade só vai

melhorar com Educação Pública de qualidade Faça a sua parte, essa será uma

verdadeira mudança na história da Educação no Estado do Rio de Janeiro,

porém precisamos adequar a verdadeira realidade do magistério Estadual.*


*Mande para os seus contatos a vergonha que acontece no RJ e vamos mostrar a

nossa força!!!!!!!*


*Agradecemos imensamente a atenção**

Professores do Estado do Rio de Janeiro*