sábado, 11 de setembro de 2010

" Meditação" - Rudolf Steiner





Meditação

 
Nego-me a me submeter ao medo

Que me tira a alegria da minha liberdade

Que não me deixa arriscar nada

Que me torna pequeno e mesquinho

Que me amarra

Que não me deixa ser direto e franco

Que me persegue

Que ocupa negativamente a minha imaginação

Que sempre pinta visões sombrias


No entanto

Não quero levantar barricadas por medo do medo

Eu quero viver e não quero encerrar-me

Não quero ser amigável por medo de ser sincero

Quero pisar firme porque estou seguro

E não para encobrir o meu medo

E quando me calo

Quero fazê-lo porque amo

E não por temer as conseqüências de minhas palavras


Não quero acreditar em algo

Só pelo medo de não acreditá-lo

Não quero filosofar

Por medo de que algo possa atingir-me de perto


Não quero dobrar-me

Só porque tenho medo de não ser amável

Não quero impor algo aos outros

Pelo medo de que possam impor algo a mim

Por medo de errar

Não quero me tornar inativo

Não quero fugir de volta para o velho, o inaceitável

Por medo de não me sentir seguro de novo


Não quero fazer-me importante

Porque tenho medo de que se não, poderia ser ignorado.


Por convicção e amor

Quero fazer o que eu faço

E deixar de fazer o que deixo de fazer


Ao medo quero arrancar o domínio

E dá-lo ao amor

E quero crer no reino que existe em mim.



 
Rudolf Steiner

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