Segundo Vazquez (2003) o homem, quando superou sua natureza instintiva passou, efetivamente, a possuir uma natureza social e tornou-se membro de uma sociedade. Desta evolução, surgiu a moral, com o objetivo de estabelecer e assegurar a harmonia e o equilíbrio entre os comportamentos dos membros de uma sociedade e os interesses coletivos da mesma. E, através dos conjuntos de normas e regras estabelecidos pela moral, o homem aprendeu a regular suas inter-relações sociais.
A moral pode ser considerada como história, pois remonta desde a Antigüidade, período feudal, Idade Média ( burguesia ), sociedade moderna e contemporânea, como também por ser o que determinará o comportamento social do homem que como um ser dinâmico em constante processo de imitação e consequentemente entre um ser histórico, necessita de limitações pró-sociais e conscientes que lhe permitam o comportamento adequado socialmente, ao focalizar o bom e o proveitoso, como interesses da coletividade, ao invés dos indivíduos, contribuindo desta maneira para a união e estabelecimento dos deveres e dos direitos dos homens tal como desenvolverem nos mesmos as virtudes da solidariedade, da disciplina, da educação e amor aos filhos, ao contrário da covardia, indisciplina egoísmo e outros vícios que possam contribuir para a desunião dos grupos sociais.
A sociedade representa o limite moral do ser social, porque a coletividade absorve e controla o indivíduo através de suas normas e princípios; sobretudo pelos costumes e tradições.
Entretanto, o processo de estabelecimento de limites não poderá ocorrer alheio ao progresso histórico-social, apesar de serem distintos, por ser o desenvolvimento produtivo do homem um processo concomitante ao seu progresso humano de ser social, ou seja, à partir de sua práxis social, o homem terá o seu índice de progresso na liberdade relativo a necessidade social. A produção do homem (trabalho) preservará a sua autonomia espiritual, cultural e social, tal como o seu desenvolvimento moral (limites). Contudo, infelizmente, paralelo ao progresso histórico de desenvolvimento moral positivo do homem, existe o progresso moral negativo, no qual a violência, o crime e a degradação moral podem ser constatados nos dias atuais através dos índices cada vez maiores de atentados terroristas, sejam por contradições religiosas, políticas ou por insatisfações pessoais. Posto isto, é que existe a necessidade premente do homem em assumir a responsabilidade de seus comportamentos.
A construção de limites deve iniciar cedo. Ao nascer, a criança inicia seu processo de individualização que se dará através dos cuidados da mãe com o bebê. Nesta etapa, o colo é importante, pois permite que o bebê conheça os limites entre o eu e o não eu. Entre os sete e nove meses as crianças começam a engatinhar, e, assim, partem para explorar o mundo. Nessa idade, elas já são capazes de compreender o sentido do não, mas ainda não entendem totalmente o significado da proibição. Nesta época, recomenda-se que os locais perigosos ou que reúnam objetos importantes sejam interditados. Isso irá ajudar no aprendizado do sentido da proibição, que deve ser enfatizado verbalmente.
[...] educar implica sempre, em maior ou menor grau, a necessidade de limitar, de às vezes dizer não, de negar algumas coisas aos filhos. Dizer não nessas circunstâncias pode se tornar uma coisa difícil, para muitos, talvez uma barreira intransponível. (ZAGURY, 2000, p.24)
As crianças da atualidade vêm sendo vítimas da tentativa de "modernizar" a educação ao meio familiar. São vítimas porque não se tem conseguido atingir o objetivo desejado. Não se deve esquecer que o equilíbrio deve ser a base de todas as atitudes, comportamentos, enfim, de tudo que, principalmente, diga respeito a educação infantil. Desde a década de 60 era comum que as crianças fossem tratadas com pouca ou nenhuma consideração. Suas idéias não tinham valor e às vezes nem eram ouvidas ou solicitadas; suas vontades não eram consideradas e não lhes era dado o direito de questionamento. O poder do adulto sobre a criança era claro e inquestionável.
As crianças eram vistas como pessoas que não sabiam nada e que ainda tinham tudo para aprender, mas, ao mesmo tempo, eram cobrados comportamentos de adultos, pois tinham que ser responsáveis e compreender as regras sociais. Então eram tratadas como adultos pequenos. Atualmente, começou a se evidenciar a necessidade de uma mudança na estrutura familiar.
"Hoje em dia, no meio em que vivemos, a liberalidade é grandemente incentivada.Torna-se, pois difícil para os pais discernirem em que situação, devem ou não ser severos, porque a severidade passou a ter uma conotação negativa, sendo encarada como uma forma de autoritarismo, o que agrava a insegurança dos pais quanto à tomada de decisões". (ZAGURY, 2002, p.46)
Os papéis não se apresentavam mais tão rigidamente constituídos. Mães saíam para trabalhar e as responsabilidades domésticas eram divididas, os pais começavam a ter mais "peso" na educação dos filhos, antes exclusividade materna. Mas, não se tinha a receita dessa nova família, o que aconteceu foi que alguns pais confundiram o que seria uma relação mais aberta, íntima e afetuosa, com falta de limites.
Consequentemente, muitas famílias começaram a enfrentar um problema: o poder passou para os filhos. Agora, eles tentavam cercear os pais, querendo ditar as regras na família. Os pais, na procura de uma educação menos rígida e castradora, acabaram criando filhos "mandões" e sem noção de direitos e deveres, sem limites - o que é imprescindível para a vida na sociedade conforme Zagury (2002, p.46) "Filhos de pais severos podem realmente tornar-se dependentes e inseguros, da mesma forma que os filhos de pais permissivos podem apresentar as mesmas características".
Não se deve perder de vista a necessidade e o respeito recíproco, da abertura, da confiança, da intimidade e da expressão de sentimentos nessas relações. Porém, isso não implica uma liberdade total e ausência de regras. Implica, sim, numa relação e numa educação mais flexível e consciente; onde regras e limites estão presentes.
A falta de limites pode provocar na criança a sensação de abandono, pela falta de orientação e controle dos pais sobre o que pode ou não fazer e a ilusão de que pode fazer e ter o que quiser. É importante para ela a concepção de limites dada pelos pais ou pessoas que os substituam, pois, com isso, se sente segura.
"Os pode" e os "não pode", devem ser internalizados pelas crianças, desde a primeira infância, cabendo aos pais e também a escola a importante e fundamental tarefa de estabelecimento de limites e regras básicas de convivência, ou seja, o processo de socialização essencial para o desenvolvimento psíquico-social futuro das mesmas. Por vezes, este processo perde a continuidade devido os pais sentirem-se inseguros, culpados por sua ausência (conseqüência de pais profissionalmente realizados) ou medo de serem antiquados e autoritários, e permitirem que seus filhos perpetuem o meio social, primeiro através do grito (berra e esperneia), depois pela violência e agressão. Os pais devem ensinar a civilidade a seus filhos substituindo os atos que a criança tem no início da vida por formas reconhecidas socialmente.
Conforme Zagury, pais inseguros e sem convicção sobre suas reais responsabilidades, tendem a criar conflitos com os filhos, especialmente, os da classe média e alta, pelo fato destes terem sido acostumados a obterem tudo o que desejassem. Habituam seus filhos a um padrão de vida sem consciência da realidade que os cerca, economicamente ou socialmente, desenvolvendo desta maneira uma certa indiferença ou desvalorização ao que possuem e ao que desejariam possuir, aprendendo apenas a consumir, "pediu, ganhou. Desejou, teve". Os filhos deixam de se perceberem "membros" da família, de uma sociedade, para sentirem-se "senhores" das mesmas com todos os direitos, entretanto, sem nenhum dever nem interesse pelo outro produzindo assim a tirania.
"É fundamental restituir aos pais a coragem que eles perderam, talvez até sem sentir, na tentativa de encontrar um novo caminho nas suas relações com os filhos. É preciso evitar que se invertam os papéis de dominador-dominado /dominado-dominador. Isto pura e simplesmente não conduzirá a nada de positivo". (ZAGURY, 2002, p.26)
Todo estudo investigativo parte de uma questão problemática. A preocupação em observar o comportamento da criança na faixa etária em questão, requer compreender os limites que ela deve ter para uma convivência socialmente integrada. Em vista do exposto, o problema que norteou o estudo foi perceber quais as conseqüências apontadas pelos professores, da falta de limites para o desenvolvimento social de crianças de classe média.
Observa-se que a criança deve saber obedecer às normas de convívio social, o que será fundamental para o equilíbrio de sua formação adulta, tornando-se evidente que os pais são os primeiros orientadores que irão nortear as atitudes da criança em sua fase de desenvolvimento infantil.
É fundamental para a boa educação do ser humano, que pais e professores acreditem no estabelecimento dos limites como um processo de compreensão e apreensão do outro através do respeito, pois, não se pode ultrapassar os limites que este terá estabelecido para si, nem satisfazer somente aos próprios desejos sem pensar nos direitos do outro.
Fonte: enviado por e.mail: A importância de se impor limites as crianças - Paty Fonte
A moral pode ser considerada como história, pois remonta desde a Antigüidade, período feudal, Idade Média ( burguesia ), sociedade moderna e contemporânea, como também por ser o que determinará o comportamento social do homem que como um ser dinâmico em constante processo de imitação e consequentemente entre um ser histórico, necessita de limitações pró-sociais e conscientes que lhe permitam o comportamento adequado socialmente, ao focalizar o bom e o proveitoso, como interesses da coletividade, ao invés dos indivíduos, contribuindo desta maneira para a união e estabelecimento dos deveres e dos direitos dos homens tal como desenvolverem nos mesmos as virtudes da solidariedade, da disciplina, da educação e amor aos filhos, ao contrário da covardia, indisciplina egoísmo e outros vícios que possam contribuir para a desunião dos grupos sociais.
A sociedade representa o limite moral do ser social, porque a coletividade absorve e controla o indivíduo através de suas normas e princípios; sobretudo pelos costumes e tradições.
Entretanto, o processo de estabelecimento de limites não poderá ocorrer alheio ao progresso histórico-social, apesar de serem distintos, por ser o desenvolvimento produtivo do homem um processo concomitante ao seu progresso humano de ser social, ou seja, à partir de sua práxis social, o homem terá o seu índice de progresso na liberdade relativo a necessidade social. A produção do homem (trabalho) preservará a sua autonomia espiritual, cultural e social, tal como o seu desenvolvimento moral (limites). Contudo, infelizmente, paralelo ao progresso histórico de desenvolvimento moral positivo do homem, existe o progresso moral negativo, no qual a violência, o crime e a degradação moral podem ser constatados nos dias atuais através dos índices cada vez maiores de atentados terroristas, sejam por contradições religiosas, políticas ou por insatisfações pessoais. Posto isto, é que existe a necessidade premente do homem em assumir a responsabilidade de seus comportamentos.
A construção de limites deve iniciar cedo. Ao nascer, a criança inicia seu processo de individualização que se dará através dos cuidados da mãe com o bebê. Nesta etapa, o colo é importante, pois permite que o bebê conheça os limites entre o eu e o não eu. Entre os sete e nove meses as crianças começam a engatinhar, e, assim, partem para explorar o mundo. Nessa idade, elas já são capazes de compreender o sentido do não, mas ainda não entendem totalmente o significado da proibição. Nesta época, recomenda-se que os locais perigosos ou que reúnam objetos importantes sejam interditados. Isso irá ajudar no aprendizado do sentido da proibição, que deve ser enfatizado verbalmente.
[...] educar implica sempre, em maior ou menor grau, a necessidade de limitar, de às vezes dizer não, de negar algumas coisas aos filhos. Dizer não nessas circunstâncias pode se tornar uma coisa difícil, para muitos, talvez uma barreira intransponível. (ZAGURY, 2000, p.24)
As crianças da atualidade vêm sendo vítimas da tentativa de "modernizar" a educação ao meio familiar. São vítimas porque não se tem conseguido atingir o objetivo desejado. Não se deve esquecer que o equilíbrio deve ser a base de todas as atitudes, comportamentos, enfim, de tudo que, principalmente, diga respeito a educação infantil. Desde a década de 60 era comum que as crianças fossem tratadas com pouca ou nenhuma consideração. Suas idéias não tinham valor e às vezes nem eram ouvidas ou solicitadas; suas vontades não eram consideradas e não lhes era dado o direito de questionamento. O poder do adulto sobre a criança era claro e inquestionável.
As crianças eram vistas como pessoas que não sabiam nada e que ainda tinham tudo para aprender, mas, ao mesmo tempo, eram cobrados comportamentos de adultos, pois tinham que ser responsáveis e compreender as regras sociais. Então eram tratadas como adultos pequenos. Atualmente, começou a se evidenciar a necessidade de uma mudança na estrutura familiar.
"Hoje em dia, no meio em que vivemos, a liberalidade é grandemente incentivada.Torna-se, pois difícil para os pais discernirem em que situação, devem ou não ser severos, porque a severidade passou a ter uma conotação negativa, sendo encarada como uma forma de autoritarismo, o que agrava a insegurança dos pais quanto à tomada de decisões". (ZAGURY, 2002, p.46)
Os papéis não se apresentavam mais tão rigidamente constituídos. Mães saíam para trabalhar e as responsabilidades domésticas eram divididas, os pais começavam a ter mais "peso" na educação dos filhos, antes exclusividade materna. Mas, não se tinha a receita dessa nova família, o que aconteceu foi que alguns pais confundiram o que seria uma relação mais aberta, íntima e afetuosa, com falta de limites.
Consequentemente, muitas famílias começaram a enfrentar um problema: o poder passou para os filhos. Agora, eles tentavam cercear os pais, querendo ditar as regras na família. Os pais, na procura de uma educação menos rígida e castradora, acabaram criando filhos "mandões" e sem noção de direitos e deveres, sem limites - o que é imprescindível para a vida na sociedade conforme Zagury (2002, p.46) "Filhos de pais severos podem realmente tornar-se dependentes e inseguros, da mesma forma que os filhos de pais permissivos podem apresentar as mesmas características".
Não se deve perder de vista a necessidade e o respeito recíproco, da abertura, da confiança, da intimidade e da expressão de sentimentos nessas relações. Porém, isso não implica uma liberdade total e ausência de regras. Implica, sim, numa relação e numa educação mais flexível e consciente; onde regras e limites estão presentes.
A falta de limites pode provocar na criança a sensação de abandono, pela falta de orientação e controle dos pais sobre o que pode ou não fazer e a ilusão de que pode fazer e ter o que quiser. É importante para ela a concepção de limites dada pelos pais ou pessoas que os substituam, pois, com isso, se sente segura.
"Os pode" e os "não pode", devem ser internalizados pelas crianças, desde a primeira infância, cabendo aos pais e também a escola a importante e fundamental tarefa de estabelecimento de limites e regras básicas de convivência, ou seja, o processo de socialização essencial para o desenvolvimento psíquico-social futuro das mesmas. Por vezes, este processo perde a continuidade devido os pais sentirem-se inseguros, culpados por sua ausência (conseqüência de pais profissionalmente realizados) ou medo de serem antiquados e autoritários, e permitirem que seus filhos perpetuem o meio social, primeiro através do grito (berra e esperneia), depois pela violência e agressão. Os pais devem ensinar a civilidade a seus filhos substituindo os atos que a criança tem no início da vida por formas reconhecidas socialmente.
Conforme Zagury, pais inseguros e sem convicção sobre suas reais responsabilidades, tendem a criar conflitos com os filhos, especialmente, os da classe média e alta, pelo fato destes terem sido acostumados a obterem tudo o que desejassem. Habituam seus filhos a um padrão de vida sem consciência da realidade que os cerca, economicamente ou socialmente, desenvolvendo desta maneira uma certa indiferença ou desvalorização ao que possuem e ao que desejariam possuir, aprendendo apenas a consumir, "pediu, ganhou. Desejou, teve". Os filhos deixam de se perceberem "membros" da família, de uma sociedade, para sentirem-se "senhores" das mesmas com todos os direitos, entretanto, sem nenhum dever nem interesse pelo outro produzindo assim a tirania.
"É fundamental restituir aos pais a coragem que eles perderam, talvez até sem sentir, na tentativa de encontrar um novo caminho nas suas relações com os filhos. É preciso evitar que se invertam os papéis de dominador-dominado /dominado-dominador. Isto pura e simplesmente não conduzirá a nada de positivo". (ZAGURY, 2002, p.26)
Todo estudo investigativo parte de uma questão problemática. A preocupação em observar o comportamento da criança na faixa etária em questão, requer compreender os limites que ela deve ter para uma convivência socialmente integrada. Em vista do exposto, o problema que norteou o estudo foi perceber quais as conseqüências apontadas pelos professores, da falta de limites para o desenvolvimento social de crianças de classe média.
Observa-se que a criança deve saber obedecer às normas de convívio social, o que será fundamental para o equilíbrio de sua formação adulta, tornando-se evidente que os pais são os primeiros orientadores que irão nortear as atitudes da criança em sua fase de desenvolvimento infantil.
É fundamental para a boa educação do ser humano, que pais e professores acreditem no estabelecimento dos limites como um processo de compreensão e apreensão do outro através do respeito, pois, não se pode ultrapassar os limites que este terá estabelecido para si, nem satisfazer somente aos próprios desejos sem pensar nos direitos do outro.
Fonte: enviado por e.mail: A importância de se impor limites as crianças - Paty Fonte
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