domingo, 4 de setembro de 2011

Visita à Academia Brasileira de Letras


Ontem levamos nossos alunos à ABL para assistirem ao Ciclo de Leituras Dramatizadas.



O convite é feito pela ABL aos colégios de Ensino Médio e é super bem vindo, na medida em que cria a oportunidade dos alunos participarem de uma atividade cultural, num espaço arquitetônico e histórico importante para os cariocas.



Mas... parece que as pessoas que trabalham na instituição não gostam muito de lidar com jovens, ou pelo menos, demonstraram um total despreparo para fazê-lo.



Logo na entrada, dois alunos foram impedidos de entrar na ABL. Uma aluna, vestida de calça comprida, blusa do colégio, cometeu o engano de ir de sandália havaiana. Um outro aluno, estava vestido com a camisa do colégio, tênis, meia e seu equívoco foi estar de bermuda - longa, abaixo do joelho.



Pergunta-se: a ABL está realmente interessada em disseminar os eventos que promove entre os jovens? Pode-se discutir com a jovem sobre a adequação do uso de chinelos na rua, falar do desgate e da higiene dos pés. Mas se ela for a outros espaços culturais da cidade, certamente não será barrada.



A proibição da utilização de bermudas em alguns locais da cidade do Rio de Janeiro que, francamente, não desrespeitam ninguém, já é discussão antiga. O país é tropical. E se o próprio colégio do aluno permite o uso de bermudas, a argumentação contrária ao uso fica sem consistência alguma.



É o não pode apenas porque não pode. É uma regra ultrapassada.



Estar ou não de chinelos, ou de bermudas, influencia na capacidade de aprendizagem e formação que aquele espaço pode proporcionar? É desrespeitoso com quem? Será que esses jovens terão outra oportunidade em suas vidas para irem à ABL?



Em nenhum momento, o convite da ABL faz menção a essas proibições. Além do mal estar causado, porque os alunos tiveram que retornar da porta, frustrou-se toda uma expectativa que começou dois dias antes, ainda no Colégio, com a professora preparando-os para o que iriam assistir. Nosso Colégio convidou os alunos e só foram os que se interessaram e se dispuseram a ir.



A maneira pouco gentil com que a plateia de alunos foi tratada antes do início do espetáculo, dá a entender que, antes de mais nada, a equipe da ABL espera que sejam todos vândalos e pouco inteligentes.



Essa, que poderia ter sido apenas uma impressão, se concretiza quando os alunos são impedidos de circular pelo espaço, com seguranças e funcionários alimentando constrangimentos e impedindo que os jovens realmente “curtissem” aquele lugar.



Na saída, os alunos tiveram que sair correndo, porque precisavam esvaziar o local o mais rápido possível, sendo impedidos, inclusive, de irem ao banheiro. Não puderam sequer se deter para apreciar as obras expostas, textos e objetos que também contam a nossa história e fazem parte do acervo cultural da cidade.



Quanto ao espetáculo “Roteiro Poético de Mauro Mota” , valeu muito a pena! Excelente em toda a concepção, com atores e músicos da mais alta qualidade. Parabéns!



Post de: Denise Vilardo

Coordenadora Pedagógica do Colégio Graham Bell/RJ



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