terça-feira, 8 de setembro de 2009

Uma ideia em construção...


Lidar com crianças no dia a dia é algo que requer um esforço maior, vai além de um simples olhar...
Quando estamos lidando com crianças de sete anos em diante, ter um manual na cabeceira da cama, não ajuda muito. Alguns apelam até para um consultor, tipo aqueles que sempre têm muitas respostas prontas pra tudo.

Hoje existe até departamento em algumas universidades para que nos tornemos especialista do especialista em determinada área, assunto, com o intuito de entendermos e aplicarmos alguns conhecimentos que são comuns às crianças nessa fase.

Quando falamos sobre o desenvolvimento da criança sempre nos referimos as teorias de Piaget e outros, que na verdade contribui e muito no entendimento de algumas questões por ele estudada. Mas... Essa criança cresce e nem tudo foi explicado, pelo menos a curiosidade persiste.

As crianças de hoje, respondem as questões presentes e atuais de forma diferenciada das crianças das décadas passadas. A surpresa é a constatação que as respostas são tão complexas que chegamos a nos perguntar da onde ela saiu, como se a mesma não coubesse naquela “cabeça de criança”. E ficamos perplexos e mais ainda, muitas das vezes sem respostas.

Assim, começa o desafio dos educadores, pais e dos professores, porque estes habitam, ou melhor, coexistem num mesmo universo e interagem de forma plena, usando todos os recursos existentes na busca de novos elementos.

Quando nos deparamos com um elemento fora de contexto, ao invés de refletirmos, estudarmos, fazemos alarde, no intuito apenas de informar e não de educar.

Uma criança recebe por dia milhões de informações, o que as tornam reféns pelo excesso da mesma. Digo que a falta como o excesso de informações causam a saúde mental da criança um prejuízo enorme.

Na escola as informações são sempre conduzidas através de uma seleção prévia e o que as faz serem direcionadas ao interesse da criança. Estas são utilizadas como mediadora de novos conhecimentos que são gerados como se fosse uma grande “corrente elétrica”, que gerasse novos conhecimentos.

Mas o que difere nas internalizações desses conhecimentos; é que os mesmos sendo bem aproveitados geram cultura, que ora para alguns indivíduos são perceptíveis e para outros não passam de conversa “fiada”.

Infelizmente nem tudo pode ser ensinado, eis outra questão. Sem dúvida o que trazemos no interior do “nosso corpo”, interfere e muito nas nossas escolhas.
E é essa a batalha que os educadores travam hoje: o que é natural (isto é, o que é da natureza humana), e o que é adquirido (o que se adquire no ambiente), independente do meio e da fonte (pessoa).

A ideia a princípio nos leva a retornar a um passado não muito distante. Pensávamos que essas questões já tivessem esgotadas e que não deveríamos mais nos preocupar. Mas o que parece é que ainda temos muito que desvendar. O mistério da mente, a descoberta da importância da memória, vem a contribuir para um novo olhar sobre os aspectos humanos e ambientais.

Acredito que o que devemos ter em mente é que o desenvolvimento humano ainda carece de entendimento, seja no âmbito da esfera psíquica ou no aspecto intelectual. Penso que nem as descobertas de novas tecnologias responderão as necessidades humanas em sua própria concepção. No máximo elas nos absorverão no intuito de amenizar a dor pela falta de compreensão do que seja uma existência plena de sentido e de existir.

Não escolhemos talvez as melhores metodologias de estudo e assim sendo nos desumanizamos diante de tantas perguntas sem respostas. O ser humano - o indivíduo, ainda carece de uma metodologia de trabalho onde o objeto de estudo não seja uma experiência de ego.

Assim, não é tempo de nos aposentarmos das nossas indagações e sim encontrarmos fontes motivadoras de diálogo, de escuta e de respostas.

Um comentário:

arlete disse...

Neste ano (2013), estou iniciando a faculdade de Pedagogia (curso à distancia). Por simples curiosidade, em saber quem seria o autor da frase: "Uma ideia em construção", cheguei até Você e encontrei afinidades, também, gosto de trabalhar especialmente com crianças... Seria muito bom, trocarmos experiencias...
tem algum e-mail?
(arlete.verissimo@hotmail.com)