segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A escola e a diversidade ambiental


Tenho lido diferentes assuntos, mas sempre leio assuntos relativos ao Meio-Ambiente. Como trabalho em educação, este tema é discutido no ambiente escolar, mesmo que seja por um período, volta e meia recebemos orientações de como trabalhar assuntos como: mudanças climáticas, biodiversidade, segurança alimentar e diversidade étnico-racial, que em 2003 reconheceu a importância da Lei 10.639, que torna obrigatória o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira em todas as escolas do Brasil, no ensino fundamental e médio. Apesar da obrigatoriedade, ressalvo que ainda estamos longe de tratar o assunto com a importância que merece.

O Brasil possui um perfil que demonstra que a nossa sociedade é plural, composta por uma grande diversidade de povos e culturas, mas também é marcada por uma enorme desigualdade social, entre brancos, negros e indígenas. Uma grande parte da população brasileira está às margens da sociedade, sem direito ao pleno acesso à cidadania.

Mas existem movimentos sociais, como o movimento negro e o indígena, que têm exigido o reconhecimento e a valorização de sua identidade, da sua história e cultura. O grande desafio que o Brasil apresenta hoje é a garantia de condições para que a diversidade étnico-racial e a igualdade social sejam partes cotidianas de toda uma sociedade emergente.

Existem hoje no Brasil por volta de 440 mil indígenas, organizados em 220 etnias, que falam cerca de 180 diferentes línguas. Eles representam agora apenas 0,24% da população brasileira. É importante que seja assegurado, que os povos indígenas possam manter o seu modo de vida, tradições, formas de organização, que possam falar a sua própria língua, administrar suas terras e decidir de que maneira querem educar suas crianças e jovens. E é importante que participem do desenvolvimento político, social, econômico e cultural do Brasil.

Isto tudo depende, principalmente, de que cada comunidade indígena tenha o seu território tradicionalmente ocupado demarcado como seu. São reconhecidas que terras cultivadas, terras que são ocupadas e os recursos naturais, são territórios indígenas, estas terras são reconhecidas pela Constituição Brasileira, portanto ninguém pode usá-la a não ser os próprios. Para se ter uma idéia, existem 2.228 escolas indígenas cadastradas pelo Censo de 2004, fora outras não cadastradas.

O que se pode tirar dessa realidade é que o Brasil é um País que as cidades cresceram muito, mas ainda 1/5 da população mora fora das zonas urbanas. São os povos da floresta, da pecuária, das minas, da agricultura, os pesqueiros, caipiras, caiçaras, ribeirinhos e extrativistas entre outros. A educação nessas comunidades deve ser diferenciada e deve ajudar a preservar a memória, atender às necessidades do presente e ajudar a construir o futuro que cada uma deseja.
Hoje em dia sabemos que as teorias sobre as raças estavam erradas e que os seres humanos pertencem todos à mesma espécie- a raça humana.

O que percebo é que poucos sabem e pouco é debatido nas escolas é o acordo internacional que orienta os estudos e debates sobre a diversidade étnico-racial, que é a Declaração de Durban, assinada durante a III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata, realizada pela ONU, na áfrica do Sul, em 2001.
Nessa Conferência participaram diversos movimentos sociais defensores da igualdade étnico-racial, como o movimento negro. O Brasil apresentou um programa de ação afirmativa, que tem o propósito de diminuir a desigualdade social existente entre os grupos étnico- raciais.
Para se ter idéia a Declaração de Durban teve enorme repercussão e a mesma deve fazer parte de leitura obrigatória nas escolas quando se quiser falar sobre diversidade étnico-racial. Esta é uma das afirmativas em seu documento: “Todos os povos e indivíduos constituem uma única família humana, rica em sua diversidade”.

Muito daquilo que sabemos do mundo chega até nós pelos meios de comunicação, seja revistas ou outros instrumentos. Então, é importante observar de que modo as minorias estão sendo retratadas na mídia. Esse olhar muda e muito a nossa avaliação.

Por outro lado, podemos usar esses meios para mostrar a nossa realidade, o jeito como vivemos, pois é assim que a gente conhece e reconhece a diversidade, e passa a entender e respeitar outros modos de vida.

A responsabilidade de tratarmos desses assuntos no espaço escolar passa pelo respeito à diversidade que deve compartilhar o permanente diálogo na comunidade e na sociedade.
Existem organizações sociais e governamentais que tratam desse tema e a presença da criança, do jovem e do adolescente ajuda a pensar e definir como será futuro que queremos.

Outro assunto muito relevante e complementar trata das questões referentes a segurança alimentar e nutricional que em breve iremos conversar.




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