sábado, 8 de agosto de 2009

Educar nos dias dos Pais




O dia em que se comemora o dia dos pais é considerado mais uma data convencionalmente programada pela sociedade para um crescente consumo de presentes. Com essa idéia em mente, a escola refaz o seu percurso e tenta burlar as convenções criando uma nova abordagem sobre o assunto.

Entre as décadas de 70 a 90 era comum se ter atividades de artes plásticas no intuito de criarmos presentinhos para serem dados nessa ocasião, em nome dessa data comemorativa. Entretanto, novas abordagens filosóficas foram surgindo e com elas novas formas de atingirmos esse mesmo objetivo.

Com o avanço das tecnologias e de técnicas de consumo desenfreada, passou a se priorizar nessa data o consumo, principalmente presentes comprados em uma grande rede de lojas. Com isso, a prioridade de se ter uma comemoração em família, onde se curtisse um momento de afeto, com o passar dos anos ficou cada vez mais escasso.

Antigamente ser pai, era se falar de uma paternidade assumida e geralmente consensual onde o papel do pai era primordialmente ser o provedor da família. Talvez seja aí que se tenha criado a grande distorção de idéias, onde o fato de comemorarmos o dia dos pais tivesse que ser comemorado dando presente, isto é, demonstrando todo o nosso reconhecimento de paternidade “compactuando” com a idéia de que tínhamos algo a pagar, portanto, pagamos dando um presentinho nesse dia.
Hoje em dia, as escolas fogem desse padrão, mas pouco fez de criativo para substituir essas atividades.

O que me chamou a atenção é o formato da família, que com o tempo ganhou novas formas, tão diferentes ao ponto de ser extinto essa festividade na escola, devido a não se ter mais a família considerada “padrão”. Hoje se falar de família nas escolas e principalmente de pai é algo que no mínimo requer um estudo profundo de sua comunidade escolar. A equipe da escola terá que estar muito bem afinidade com os objetivos que se quer traçar e alcançar com essa atividade, porque senão enfrentará com situações bastantes constrangedoras. A escola para enfrentar essa realidade resolveu ser prática, adotando a idéia de que hoje é extremamente retrógrada o fato de se comemorar os dias dos pais.

No entanto, tenta deslumbrar a idéia quando trabalha no contexto mais amplo, a família, alegando que assim dilui um pouco a idéia de ser uma festa para o pai. Uma vez que só se é pai, dentro de um contexto familiar, numa visão conservadora, então, volta-se a questionar qual é o papel do “pai perfeito”. O que é ser pai na sociedade contemporânea. O que te faz enquanto gênero ser um pai eficiente, amoroso e responsável?
E tem mais... Comemoramos dia das mães, será se não é a mesma coisa? Não sei da onde surgiu essa separação, mas entendo que qualquer atividade que gere um consumo de idéias e padrões, passa pelos mesmos referenciais, isto é, de privilegiar uma sociedade "democrática" e consumista.

Essas famílias constituídas dentro dessa visão, dentro de um padrão de muitas informações e divergências em seu papel, me parecem que o que ficou de primordial foi à função que o pai exerce enquanto protetor de sua espécie. Podemos ter ganhado em muitas dessas funções, mas a mais segura de todas é a idéia de proteção, cuidado, de doação de um amor incondicional que temos na paternidade.

Espero que com o passar dos tempos, nada consiga descontruir a idéia de paternidade, pois é dela que ainda tiramos um referencial saudável do que seja viver e conviver em família. Se permitirmos jogá-la fora, será um erro a mais, que nem os avanços tecnológicos darão conta da frustração de não se ter o que oferecer a uma convivência humana.
Não acredito em bebês biônicos, de pais pasteurizados e nem mães geneticamente formadas com o objetivo de uma produção independente. Acredito que os avanços tecnológicos são e devem ser reconhecidos como algo a gerar facilidades, principalmente para aqueles que não conseguem ser pais naturalmente. Outra estratégia é a possibilidade de uma adoção.
Ainda não existe nenhuma fórmula que possa substituir a função da família na crianção de uma criança, independente de qual "formato" essa família faça parte. A relação humana ainda passa pela construção do vínculo, da amorosidade, da cumplicidade de afeto entre dois seres com o mesmo objetivo.
Não é à toa que sofremos quando vemos as famílias se desestruturando em busca de novas oportunidades de ser feliz. O que julgo ainda ser uma aspiração comum é a formação de uma família, constituída por pessoas comprometidas por ideais e humanamente saudável ao censo comum.

Não cabe aqui nenhum julgamento de valor, uma vez que não descarto a possibilidade de novos paradigmas. Apenas, acredito que uma boa formação em família ainda é à base de tudo.

Assim, para aqueles que estão em processo, ainda há tempo de pensar na sua nova família e para aqueles que já são pais, curtam muito os seus filhos em todas as idades. O tempo passa rápido, assim como as idéias avançam em busca de novas referencias.

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